Arch. Clin. Psychiatry (Impr.); 38 (5), 2011
Publication year: 2011
INTRODUÇÃO:
A literatura científica tem evidenciado que a autoestima e a capacidade de regulação emocional estão presentes em vários quadros psicopatológicos, contudo a influência dessas variáveis no bem-estar tem sido pouco estudada teórica e empiricamente. OBJETIVO:
Pretende-se analisar a relação dessas variáveis com o bem-estar subjetivo (satisfação com a vida) e com o bem-estar psicológico (felicidade e significado). Pretende-se, ainda, verificar a capacidade de predição do gênero, da autoestima e das estratégias de regulação emocional (supressão emocional e reavaliação cognitiva) nos diferentes componentes do bem-estar. MÉTODOS:
Participaram do estudo 216 adolescentes de uma população normativa de ambos os sexos. Foram administrados, a todos os participantes, quatro instrumentos para avaliar a autoestima, a capacidade de regulação emocional, o bem-estar subjetivo e psicológico. RESULTADOS:
A supressão emocional correlacionou-se negativamente com todas as medidas de bem-estar, enquanto a reavaliação cognitiva evidenciou correlação positiva mais significativa com os níveis de felicidade. A autoestima revelou correlação positiva forte com a satisfação com a vida e maior capacidade de predição do bem-estar do que as estratégias de regulação emocional. CONCLUSÃO:
A autoestima revela ser uma variável importante na promoção do bem-estar dos adolescentes, assumindo-se como elemento fundamental numa intervenção clínica positiva e preventiva.
BACKGROUND:
Scientific literature has shown that self-esteem and emotion regulation are related to various psychopatological disorders, although, few studies have investigated the influence of these variables in well-being. OBJECTIVE:
The aim of this study is to analyze the relations of these variables with subjective well-being (life satisfaction) and psychological well-being (happiness and meaning). It also wants to investigate the predictive value of gender, self-esteem and emotion regulation strategies (suppression and cognitive reavaluation) on the different components of well-being. METHODS:
A normative sample of 216 adolescents, from both sexes, has answered four instruments that evaluated self-esteem, the emotion regulation capacity, subjective and psychological well-being. RESULTS:
Suppression has correlated negatively with all the measures of well-being meanwhile cognitive reavaluation has correlated positively and more strongly with levels of happiness. Self-esteem had showed a strong and positive relation with life satisfaction and a higher predictive value of well-being than emotion regulation strategies. DISCUSSION:
Self-esteem has revealed being an important variable in the promotion of adolescent well-being, assuming a primary role in the field of a more positive and preventive clinical practice.