Chagas' disease and social security. A case-control study in an urban area, Goiás, Brazil

Rev. saúde pública; 22 (4), 1988
Publication year: 1988

Säo descritas as características sociais e ocupacionais de um grupo de pacientes chagásicos em área urbana no intuito de se estudar a importância médico-social da doença de chagas como causa de incapacidade laborativa. Cento e vinte pacientes portadores de cardiopatia chagásica e 120 pacientes controles, näo infectados pelo Trypanossoma cruzi, foram selecionados ao acaso entre os requerentes de auxílio doença-previdenciário no Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) de Goiás (Brasil). Os dois grupos foram comparados em relaçäo a idade, sexo, local de nascimento, história de migraçäo, nível sócio-econômico, esforço físico no trabalho, idade de filiaçäo e anos de contribuiçäo ao INPS, evoluçäo clínica e presença de alteraçöes eletrocardiográficas. Verificou-se que os indivíduos chagásicos apresentavam nível sócio-econômico mais baixo, desenvolviam atividades profissionais de menor especializaçäo e recorreriam à previdência social para benefícios por incapacidade em idade mais jovem e com menor tempo de contribuiçäo quando comparados ao grupo controle. O esforço físico ocupacional estava associado a um risco relativo de 2,3 (LC95% 1,5-4,6) e 1,8 (LC95% 1,2-3,5) comparando-se, respectivamente, atividades físicas "pesada" e "moderada" em relaçäo a atividades ocupacionais "leves". Comparando-se a amostra inicial de soropositivos e soronegativos (controles), foi estimado um risco relativo associado à cardiopatia de 8,5 (LC95% 4,9-14,8). Riscos relativos de 37,1 (8,8 - 155,6) e 4,4 (2,1 - 9,1) foram obtidos para o bloqueio de ramo direito e hemibloqueio anterior esquerdo, respectivamente.

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