Vulnerabilidades ao HIV/aids no Contexto Brasileiro: iniquidades de gênero, raça e geração
Vulnerabilities to HIV/AIDS in the Brazilian Context: gender, race and generation inequities

Saúde Soc; 19 (supl.2), 2010
Publication year: 2010

OBJETIVO:

Analisar o conhecimento da população sobre DST/aids, bem como os discursos sobre o uso do preservativo e das práticas sexuais.

MÉTODOS:

Pesquisa qualitativa com 64 indivíduos jovens e adultos, brancos e negros, sexualmente ativos, de ambos os sexos. A vulnerabilidade ao HIV/aids foi discutida a partir da perspectiva racial (negros ou brancos), geracional (entre 16 e 24 anos ou 45 e mais) e de gênero (masculino ou feminino). Foram realizadas entrevistas em profundidade com roteiro semiestruturado nas cidades de São Paulo (SP) e Recife (PE), sobre os temas: conhecimento e percepção sobre DST/aids, percepção de risco individual, negociação e uso de preservativos, iniciação sexual e práticas sexuais.

RESULTADOS:

Os indivíduos menos escolarizados, os homens, os mais velhos e os moradores de Recife foram os menos informados sobre DST/aids. Pessoas acima de 45 anos e os menos escolarizados possuíam conhecimento incipiente sobre as formas de transmissão e prevenção das DST/aids. O uso do preservativo entre os entrevistados de ambas as cidades foi relativamente baixo; a não utilização do preservativo entre as mulheres em relação estável foi atribuída à negativa do parceiro. Entre os entrevistados que declararam usar o preservativo, o tipo de relação estabelecida e a fase do relacionamento resultaram em padrões de uso diversificados; o uso consistente do preservativo foi mais frequente nas parcerias eventuais.

CONCLUSÕES:

O conhecimento incipiente aliado à prática sexual insegura coloca mulheres unidas, de baixa escolaridade, menor renda, sobretudo acima dos 45 anos, e os residentes de Recife em situação de maior vulnerabilidade às DST/aids.

OBJECTIVE:

The objective of this paper is to assess the level of knowledge and information held by the population about HIV/AIDS, and to analyze discourses about condom use and sexual practices.

METHODS:

Qualitative research with 64 young people and adults, black and white, sexually active men and women. Vulnerability to HIV/AIDS was discussed from the perspective of racial (black or white), generational (between 16 and 45 or 24 years or older) and gender (male or female). In-depth interviews were conducted with a semi-structured script in the cities of São Paulo (SP) and Recife (PE) on the following themes: knowledge and perception about STD/AIDS, perception of individual risk, negotiation and condom use, sexual initiation and practices.

RESULTS:

The least-educated, men, elders and residents of Recife were the least informed persons as regards to HIV/AIDS. People over 45 years and the less educated had incipient knowledge about transmission and prevention of STD/AIDS. Condom use among respondents in both cities was relatively low, non-use of condoms among women in stable relationship was attributed to partner's refusal to using it. Among respondents who reported using condoms, the type of relationship established and the phase of the relationship resulted in varied patterns of use; the consistent use of condoms was more common in occasional partnerships.

CONCLUSIONS:

The incipient knowledge in association with unsafe sexual practice puts women in stable relationship, poorly educated, lower income, particularly above 45 years, and residents of Recife in a situation of greater vulnerability to STD/AIDS.

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