A construçäo de uma cultura institucional de planejamento: contribuiçäo do município

Saúde debate; (31), 1991
Publication year: 1991

A palavra planejamento reveste-se de significados distintos nos vários contextos em que é utilizada. O modelo de planejamento do SUDS-SP foi construído a partir de uma dupla determinaçäo: instrumentalizar a captaçäo de recursos e regular a relaçäo público/privado no setor saúde. Se outras determinaçöes existiram, como por exemplo, a busca de uma maior transferência na gestäo do setor público, elas foram obscurecidas pelas duas primeiras. A crítica central que é feita ao Modelo SUDS de planejamento é o seu descolamento em relaçäo à questäo da gestäo pública. Neste sentido ele pode ser considerado de recorte normativo ou tradicional. Para além dos rótulos, o que interessa reter é a própria eficácia do método (enquanto instrumento para construçäo de uma determinada proposta política) fica comprometida. Tabalhar o planejamento em saúde a nível municipal coloca, hoje, a necessidade de uma postura eclética. Isto, no sentido que o esforço será no sentido de construir instrumentos e definir procedimentos que deem conta das múltiplas determinaçöes que se intercruzem ao nível municipal. Assim é que, além de instrumentos que possibilitem a negociaçäo e/ou alocaçäo de recursos, e a própria regulaçäo do público/privado, é necessário incorporar a questäo da gestäo enquanto elemento estratégico do palnejamento. Aspectos como descentralizaçäo radical do planejamento até o nível das unidades, a implantaçäo de mecanismos de avaliaçäo periódica das equipes de saúde e a democratizaçäo tanto interna como externa das instituiçöes públicas, devem ser trabalhados na perspectiva de criaçäo de uma cultura institucional de planejamento que significa ir mais além do fazer "planos", do planejamento tradicional. O município é sem dúvida, no atual momento, o melhor laboratório para se trabalhar um novo sentido para uma palavra täo conhecida nossa e também já täo desacreditada: planejamento

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