Estilísticas e estéticas do homoerotismo na velhice: narrativas de si
Estilísticas y estéticas del homoerotismo en la vejez: narrativas de sí
Stylistics, aesthetics and ethics of homoeroticism in older men's self narratives
Sex., salud soc. (Rio J.); (15), 2013
Publication year: 2013
Este artigo problematiza narrativas ouvidas durante uma pesquisa sobre as experiências do homoerotismo na velhice entre homens. Buscou-se enfatizar os processos de resistência e de subjetivação em face de modelos hegemônicos que dão contornos à velhice e à homossexualidade. Ao tentar escapar do fatalismo da abjeção muitas vezes atribuída aos homossexuais mais velhos, sustenta-se que o sujeito velho e homossexual estaria habitando uma zona limítrofe de um regime discursivo que estabelece, por um lado, um campo de legitimidade e, por outro, uma zona de ininteligibilidade, um exterior constitutivo. Estar nessa fronteira discursiva (performatizada pela própria materialidade do corpo) não necessariamente constitui uma vida abjeta, mas incita a fissuras pelas quais o desejo pode potencialmente adquirir matérias de expressão. Nesse sentido, as narrativas ouvidas apontaram para uma possível ética do envelhecimento, a partir da qual os sujeitos podem conduzir e (re)inventar a vida, o corpo e o desejo.
Este artículo problematiza algunas narrativas escuchadas durante una investigación de maestría sobre las experiencias del homoerotismo entre hombres en la vejez. Se procura enfatizar los procesos de resistencia y subjetivación frente a modelos hegemónicos que dan contornos a la vejez y a la homosexualidad. Procurando escapar del fatalismo de la abyección muchas veces atribuida a los homosexuales más viejos, se sostiene que el sujeto viejo y homosexual estaría habituando una zona limítrofe de un régimen discursivo que establece, por un lado, un campo de legitimidad y, por otro, una zona de ininteligibilidad, un exterior constitutivo. Estar en esa frontera discursiva (performatizada por la propia materialidad del cuerpo) no necesariamente constituye una vida abyecta, pero incita las fisuras por las que el deseo puede potencialmente adquirir materias de expresión. En este sentido, las narrativas escuchadas han señalado una posible ética del envejecimiento, a partir de la cual los sujetos pueden conducir y (re)inventar la vida, el cuerpo y el deseo.
This paper revisits narratives heard during a master's research project on experiences of homoerotism by older men. Emphasis is placed on processes of resistance and subjectivity in relation to the hegemonic models that provide the contours of old age and homosexuality. Avoiding the fatalism of abjection usually attributed to older homosexuals, it is argued that the older gay subject inhabits the border of a discursive regime which establishes, on the one hand, a field of legitimacy and; on the other hand, a zone of unintelligibility, a constitutive outside. This discursive border zone (performatized by the materiality of the body) does not necessarily constitute an abject life, but incites cracks through which desire may potentially acquire expression. In that sense, the narratives pointed out towards a possible ethics of aging, one from which subjects may lead and (re)invent life, body, and desire.