Monoclonal antibodies for diagnosis and therapy of squamous cell carcinoma of the head and neck
Säo Paulo med. j; 112 (3), 1994
Publication year: 1994
O grupo de carcinoma espinocelulares da cabeça e pescoço em pacientes com alto risco de desenvolver metástases à distância, tem sido bem definidos do ponto de vista prognóstico em nossaa instituiçäo. Com intuito de selecionar fatores de risco preditivos no desenvolvimento de metástases à distância, Leemans e col analisaram um grupo de 281 pacientes com carcinoma epidermóide que näo desenvolveram doença recorrente acima da clavículas (79). Todos os pacientes foram primariamente operados e submetidos à radioterapia complementar diante de 3 ou mais linfonodos histológicos metastáticos na avaliaçäo da peça operatória, sendo que neste grupo, a incidência de metástases à distânacia a 5 anos foi de 10,7 por cento. O número de metástases em linfonodos em n§ de 3 ou mais, foi determinante do desenvolvimento de metástases à distância em 50 por cento dos casos, fato este näo detectado quando esta cifra estava abaixo de 3 linfonodopatias. Em contrapartida, a presença de ruptura extra-capsular foi um fator dramático de mudança de prognóstico no que diz respeito à presença de metástases à distância (3 vezes mais que nos casos onde a ruptura extra-capsular estava ausente). Outro aspecto que mereceu a atençäo dos autores, foi aquele relacioando com os pacientes recidivados loco-regionalmente ocorrendo nestes pacientes duas vezes mais metástases sistêmicas (80,81). A opçäo proposta no sentido de introduzir uma terapia adjuvante para os pacientes com alto risco de desenvolver metástases à distância, é o emprego de anticorpos monoclonais marcados. Recentemente, apresentamos um primeiro estudo experimental em carcinoma epidermóide da cabeça e pescoço tratados por radio-imunoterapia. Foi demonstrado que a IgG E48 de anticorpos monoclonais marcados com I131 foi capaz de eliminar implantes humanos de carcinoma escamocelular em tumores transplantados para ratos (82). Em 20 por cento dos experimentos desenvolvidos (2 em 10 tumores), foi observada uma regressäo em ratos tratados com 400µCi de IgG E48 de anticorpos monoclonais marcados com iodo 131 com 800 µC , 2 em 7 tumores (29 por cento) mostraram completa remissäo sem recidiva durante o seguimento (> 3 meses). Nos mesmos casos, a utilizaçäo de quimioterapia com doxorubicina, 5 fluor-uracil, cisplatinum e methotrexate exibiram uma resposta menor, demonstrando um efeito antitumoral mais fugaz, näo ocorrendo nenhuma cura com o emprego da antiblásticos. Estes dados sugerem que o emprego da radio-imunoterapia no tratamento do câncer da cabeça e pescoço pode se transformar numa nova alternativa no tratamento das lesöes com altas capacidade de recidiva e disseminaçäo