Säo Paulo med. j; 113 (1), 1995
Publication year: 1995
Introduçäo:
Quando um portador de diabete melito apresenta lesäo trófica infectada do membro inferior, é indispensável a avaliaçäo das condiçöes circulatórias a fim de se orientar o procedimentol terapêutico. Em determinadas situaçöes, apesar da ausência de batimentos arteriais, näo há isquemia tecidual. Nestes casos, o tratamento conservador, com eventual ressecçäo de tecidos necróticos e infectados pode ser adotado. Material e Métodos:
Foi estudada a evoluçäo de 70 pacientes diabéticos com lesäo trófica de extremidades submetidos ao tratamento conservador. A idade dos doentes variou de 28 a 88 anos, com média de 56,8. O sexo mais acometido foi o feminino, em 42 casos. O diabetes näo insulino-dependente (tipo II) foi observado em 64 pacientes (91,5 por cento), sendo os outros 6 do tipo I. A retinopatia diabética foi constatada em 14 (20 por cento) pacientes, neuropatia em 22 (31 por cento) e nefropatia em 8 doentes (11,4 por cento). Todos os pacientes apresentavam batimentos arteriais até a regiäo poplítea. Eles foram divididos em 2 grupos com relaçäo as artérias tronculares da perna:
Grupo I, Artérias de pernas pérvias, constituído por 48 pacientes; Grupo II, Artérias de pernas ocluídas, constituído por 22 pacientes. Quando à localizaçäo anatômica das lesöes, os pacientes foram divididos em três grupos: Grupo A: formado por 32 pacientes (45,7 por cento) com acometimento exclusivo de um ou mais dedos sem atingir a regiäo metatarsiana; Grupo B, formado por 16 pacientes (22,9 por cento) com acometimento trófico atingindo a regiäo metatársica; Grupo C, formado por 22 pacientes (31,4 por cento) com lesäo acometendo a regiäo calcânea. As lesöes em ambos os grupos foram causadas por traumatismos mecânicos. O tempo da presença de lesäo em membro inferior variou de 7 a 48 dias, com média de 12 dias. Resultados e Conclusäo:
Ao ser analisada a perviedade em artérias tronculares e evoluçäo dos paciente,s veririfca-se que houve resultado significativamente melhor naqueles com todos os pulsos presentes (81,3 por cento x 45,5 por cento) (p < 0,01). Ao estudarmos o lcoal da lesäo associando-o com o prognóstico dos casos, observamos que para feridas em extremidade digital, o resultado é significativamente melhor que nos locais mais proximais (87,5 por cento x 59,1 por cento) (p <0,01). Melhor ainda quando associamos a variável pulso presente (96,0 por cento x 75 por cento) (p <0,01) (tabela III). Quando os pulsos distais estäo ausentes, näo há diferenças significativas no resultado do tratamento, seja ele realizado em lesöes digitais ou em lesöes mais proximais (p > 0,05) (tabela IV)