Hipertensao pulmonar (HP), hipoxemia e alteracoes da mecanica respiratoria representam as repercussoes cardiopulmonares na esquistossomose mansonica. HP ocorre em 13% (19/141) dos hepatoesplenicos (HE) de areas endemicas, no Brasil, e cor pulmonale clinico em 2,1% (3/141). O nivel da hipertensao tende a ser discreto a moderado (AP < 40 mm Hg). Hipoxemia pode ser detida em 28,3% (38/134) dos HE: em 68% (26/38) por uma PaO2 diminuida (< ou igual 87 mm Hg) e em 58% (22/38) por uma elevacao do Qs/Qt (> 8,9%); em 26% (10/38) encontraram-se ambas as alteracoes. Anastomoses porto-pulmonares e microfistulas A-V pulmonares sao responsaveis pelo aumento do Qs/Qt, enquanto o disturbio V/Q parece ocorrer nos demais, como sugere a queda do Pa02 apos a injecao de reserpina na circulacao pulmonar. O aumento do volume minuto cardiaco ocorre em 90% dos HE; 41,6% deles apresentam PaCO2 diminuida, sugerindo hiperventilacao pulmonar, e 16,6% obstrucao das grandes vias aereas respiratorias. As repercussoes cardiacas funcionais sao secundarias a HP e a hipertensao arterial sistemica consequente a nefropatia esquistossomotica