Foram estudadas as alteraçöes eletrocardiográficas em 33 pacientes portadores de cardiomiopatia hipertrófica da forma obstrutiva e näo obstrutiva. Baseado na localizaçäo da massa muscular hipertrófica, os pacientes divididos em 3 grupos: septal dominante, ântero-medial dominante e ântero-apical dominante. O eletrocardiograma anormal foi observado em 32 (93,9%).

As alteraçöes eletrocardiográficas foram:

inversäo da onda T (78,8%), sinais de hipertrofia ventricular esquerda (69,7%), sinais de aumento do átrio esquerdo (60,6%) e ondas Q patológicas (30,0%). As alteraçöes da onda T foram mais expressivas no grupo ântero-apical dominante, no qual 87,5% apresentaram ondas T com grau de inversäo superior a 5 mm. Os sinais eletrocardiográficos de hipertrofia ventricular esquerda foram mais observados (76,6%) nos casos que apresentaram a parede ântero-medial comprometida com um grau de hipertrofia maior que 1,5 cm independente do grupo. O aumento do átrio esquerdo, avaliado através do índice de Morris, esteve presente em 20 casos (60,6%). Embora esta alteraçäo eletrocardiográfica tenha sido mais freqüente nos pacientes com aumento do diâmetro diastólico desta cavidade, o aumento do índice de Morris foi encarado como dependente dos distúrbios da conduçäo intra-atrial. As ondas Q patológicas foram interpretadas como representativas de zonas de necrose, quando presentes em mais de uma regiäo. Nas demais eventualidades, elas poderiam estar relacionadas com os desvios dos vetores de despolarizaçäo ventricular