Foram estudados dez cäes mestiços, com pesos variáveis entre 12 e 21 Kg. submetidos à anestesia geral (pentobarbital sódico - 33mg/Kg de peso corporal), ventilaçäo controlada e toracotomia mediana ventral. Aberto o pericárdio, um sensor eletrognético de fluxo (Statham) foi adaptado na aorta ascendente. A artéria coronária descendente anterior foi ligada imediatamente abaixo da emergência do primeiro ramo diagonal e um cateter de calibre adequado introduzido naquela artéria imediatamente abaixo da ligadura.

As seguintes variáveis foram controladas:

ECG, fluxo arterial sistêmico, fluxo retrógrado coronário (colateral) e variaçöes tensionais na aorta e na artéria descendente anterior após a ligadura (pressäo coronária colateral). Todos os registros foram realizados imediatamente após a obstruçäo coronária (t0), 5 (t1) e 15 (t2) minutos após a administraçäo de 10,0 mg de dipiridamol e 5 (t3), 15 (t4) e 30 (t5) minutos após injeçäo adicional de 10,0 mg de dipiridamol. Os resultados obtidos demonstram aumento do débito sistêmico, com variaçäo estatisticamente significante do fluxo coronário colateral (p < 0,05), nos períodos estudados após administraçäo de dipiridamol. A diminuiçäo da pressäo coronária colateral, entretanto, em todos os períodos, foi proporcional à reduçäo da pressäo arterial sistêmica. Os resultados obtidos sugerem que as modificaçöes do fluxo coronário colateral se correlacionam com variaçöes agudas da pressäo arterial periférica, decorrentes da injeçäo endovenosa rápida do dipiridamol, näo dependendo do fenômeno de desvio circulatório ("steal effect")