Reaçöes cardiovasculares ao frio na Antártica; nota prévia
Cardiovascular reactions to cold in Antarctic
Arq. bras. cardiol; 45 (1), 1985
Publication year: 1985
Em 11 participantes da segunda expediçäo Brasileira à Antártica, que permaneceram 30 dias na Estaçäo Antártica Comandante Ferraz, foram realizadas, dentro (18o.C) e fora (-10o.C) da estaçäo determinaçöes da pressäo arterial (PA), freqüência cardíaca (FC), eletrocardiograma (ECG) convencional e contínuo de 24 horas (Sistema Holter). No primeiro e último dia foram feitas medidas de peso e colhido sangue para dosagem de colesterol e triglicerídios. As médias de PA sistólica e diastólica dentro da estaçäo e após uma hora de exposiçäo ao frio foram 128/81 mmHg e 129/94 mmHg respectivamente, notando-se aumento significativo na PA diastólica (p < 0,01). As médias de FC medidas no ECG foram de 71 bpm dentro da estaçäo, e 63 bpm após exposiçäo de 10 min ao frio (p < 0,01). As médias de colesterol sérico foram 171 mg% e 223 mg% (p < 0,01) e as do triglicerídios 84% e 108 mg% (p < 0,01). O ECG contínuo, em três participantes, näo evidenciou distúrbios significativos de ritmo ou de conduçäo, no entanto, um dos indivíduos apresentou alteraçöes de ST tipo isquêmico com FC acima de 150. A menor FC foi de 46 durante o sono e a maior foi de 187 durante caminhada em meio a ventos fortes e neve. Concluiu-se que em virtude das alteraçöes significativas das variáveis fisiológicas em homens tropicais submetidos ao frio, é necessário que os participantes das próximas expediçöes brasileiras à Antartica sejam submetidos a cuidadoso exame cardiovascular