Quinze pacientes, 11 do sexo masculino, com média de idade de 42 anos, portadores de miocardiopatia primária dilatada, em tratamento, sem resposta adequada, com digitálicos, diuréticos, vasodilatadores, dieta e repouso, foram selecionados para a presente investigaçäo. Num período de observaçäo que variou entre 8 e 48 meses, após a introduçäo de 320 mg/dia de verapamil, quatro pacientes passaram da classe funcional III para a I; dos onze restantes, sete passaram da classe IV para a II e quatro faleceram. Desses, dois haviam abandonado o tratamento. Todos os pacientes foram estudados hemodinamicamente, antes da introduçäo do verapamil, e seis foram reestudados um ano após o emprego da droga. Após o segundo estudo hemodinâmico, constatou-se näo terem ocorrido modificaçöes significativas na pressäo média do átrio direito, na pressäo diastólica final do ventrículo esquerdo, na pressäo média da aorta, no débito cardíaco e na dp/dt máxima do ventrículo esquerdo (p >0,05). Houve diminuiçäo significante da freqüencia cardíaca (p <0,05), da pressäo média da artéria pulmonar e aumento significante do volume sistólico, da fraçäo de ejeçäo do ventrículo esquerdo e da velocidade média de encurtamento circunferencial. Esses resultados demonstram que o verapamil pode ser usado como alternativa terapêutica em pacientes portadores de insuficiência cardíaca decorrente de miocardiopatia primária dilatada