No Instituto do Coraçäo, 101 pacientes foram submetidos a implante de marca-passo atrioventricular (A-V) universal.

Os critérios utilizados para a indicaçäo desse modo de estimulaçäo foram:

a disfunçäo intrínseca do nó sinusal associada a bloqueio da conduçäo atrioventricular, a hipersensibilidade do seio carotídeo, a síndrome do marca-passo, os bloqueios A-V associados a insuficiência coronária ou a outras cardiopatias e os bloqueios A-V do 2§ ou do 3§ grau em pacientes jovens e fisicamente ativos. Quatorze pacientes foram estudados hemodinamicamente, comparando-se o desempenho obtido com a estimulaçäo A-V universal com o da ventricular. Nos pacientes portadores de bloqueis A-V de causa chagásica, foi registrada a elevaçäo do débito cardíaco com o marca-passo A-V universal em relaçäo ao ventricular em repouso (13,1%) e durante o exercício (16,8%). Na disfunçäo sinusal associada com conduçäo retrógrada, observou-se que a manutençäo do sincronismo atrioventricular permitiu a suspensäo das ondas "em canhäo" decorrentes do refluxo de sangue do átrio para as veias pulmonares. A evoluçäo clínica demonstrou a remissäo dos sintomas do baixo débito cerebral em todos os pacientes, assim como de insuficiência cardíaca congestiva nos portadores de síndrome do marca-passo e conduçäo retrógrada. Conclui-se que a estimulaçäo A-V universal, mantendo o sincronismo atrioventricular e aumentando a freqüência ventricular durante o exercício, é um método de fundamental importância nos pacientes em que esses fatores sejam críticos. A escolha criteriosa dos pacientes permite que as desvantagens desse modo de estimulaçäo sejam sobrepujadas pelos seus benefícios hemodinâmicos