Arritmias de reperfusäo no infarto agudo do miocárdio
Reperfusion arrhythmias in acute myocardial infarction
Arq. bras. cardiol; 47 (2), 1986
Publication year: 1986
Os distúrbios do ritmo cardíaco de um grupo de 20 pacientes (grupo R) submetidos à trombólise intracoronária, após o uso de estreptoquinase, foram comparados com os que ocorreram em um grupo de 12 pacientes (grupo C), portadores de infarto agudo do miocárdio e submetidos à terapêutica convencional. Na admissäo hospitalar, todos os pacientes foram submetidos à monitorizaçäo eletrocardiográfica contínua pelo sistema Holter, durante 24 horas. Em 15 (75%) dos pacientes do grupo R foram observadas arritmias. Dois casos tiveram bradicardia sinusal isolada, seis tiveram bradicardia sinusal e arritmias ventriculares e sete, apenas arritmias ventriculares. A irritabilidade ventricular devida à oclusäo coronária prévia à trombólise parece ser fator predisponente às arritmias de rereperfusäo. Setenta por cento (14) dos pacientes do grupo R tiveram arritmias ventriculares antes da reperfusäo e 79% (11) deles apresentaram o mesmo tipo de arritmias ventriculares durante o procedimento e 71% (10) desses mesmos pacientes mostraras as mesmas arritmias no período tardio. Näo se observou diferença quanto à incidência e tipos de arritmias ventriculares entre os grupos R e C, sendo de 65% e 95% para extra-sístoloes ventriculares, 50% e 64% para taquicardia ventricular e 10% e 9% para fibrilaçäo ventricular, respectivamente. A bradicardia sinusal predominou no grupo R (8/20 pacientes) em relaçäo ao grupo C (1/22 pacientes). Entretanto, essa arritmia ocorreu apenas durante a rereperfusäo no grupo R. Esses dados sugerem que a bradicardia sinusal poderia ser a arritmia mais relacionada com a rereperfusäo do miocárdio isquêmico