Avaliaçäo dos resultados do tratamento cirúrgico do endocardite infecciosa na fase ativa da doença
Evaluation of the results of the surgical treatment of infective endocarditis in the active phase of the disease

Arq. bras. cardiol; 47 (4), 1986
Publication year: 1986

Foram estudados 80 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico de endocardite infecciosa na fase ativa da doença. A indicaçäo cirúrgica decorreu, em 50% dos casos, de grave descompensaçäo cardíaca e de má resposta ao tratamento etiológico corretamente instituído, na maioria dos outros doentes.

Foram identificados 3 grupos:

a) portadores de valvopatia (64 pacientes); b) portadores de cardiopatia congênita (13 pacientes) e c) portadores de marca-passo cardíaco (3 pacientes). Quarenta e quatro dos doentes do grupo (a) apresentaram endocardite em valvas naturais. Os outros 20 desenvolveram infecçäo sobre próteses, na maioria biopróteses de dura-máter. Todos os doentes com valvopatia receberam substituto valvar biológico, com uma mortalidade hospitalar de 11 (13,1%) casos. Houve 9 (14,06%) recidivas neste grupo que exigiram reintervençöes em períodos variáveis de 2 a 4 anos. O grupo (b) foi dividido em dois subgrupos: b1) cardiopatia congênita com comunicaçäo interventricular associada, (9 casos) e b) cardiopatia congênita sem comunicaçäo interventricular (4 casos). Os doentes com comunicaçäo interventricular associada apresentaram, em geral, comprometimento séptico mais extenso e mais grave, tendo ocorrido dois óbitos neste grupo. O grupo (c) foi composto de 3 doentes que receberam implante de marca-passo com elétrodo endocárdico e gerador implantado em posiçäo subclavicular. Esses doentes apresentaram supuraçäo na loja do gerador, a qual se propagou através do elétrodo para o interior do coraçäo, com comprometimento mural do ventrículo direito e da cúspide anterior da valva tricúspide. Estes pacientes foram tratados, basicamente com a remoçäo de vegetaçöes da parede do ventrículo direito. Näo houve óbito neste grupo. A experiência aqui analisada evidencia que, em pacientes com endocardite infecciosa, o tratamento cirúrgico deve ser prontamente indicado sempre que a evoluçäo seja desfavorável com o tratamento clínico corretamente instituído

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