Miocardiopatia dilatada: estudo das formas iniciais
Dilated myocardiopathy: study of the initial form
Arq. bras. cardiol; 47 (6), 1986
Publication year: 1986
Foram estudados 30 pacientes com diagnóstico cineangiográfico de miocardiopatia dilatada (MCD), sem sinais clínicos e radiológicos de insuficiência cardíaca congestiva atual ou pregressa e reaçöes imunológicas negativas para a doença de Chagas. Foram excluídos os casos com hipocinesia severa e grande dilataçäo do ventrículo esquerdo (VE), dissinergias segmentares, lesöes coronárias obstrutivas, hipertensäo arterial sistêmica e outras patologias cardíacas. Sintomatologia definida foi apresentada por 90% dos pacientes: dor precordial (56,7%), palpitaçöes (40%) e dispnéia aos esforços (33,3%) foram as manifestaçöes mais freqüentes. Ictus cordis palpável ocorreu em 73,4% dos casos e 3ª e 4ª bulhas em, respectivamente, 70 e 56,7%. A análise eletrovetocardiográfica demonstrou o predomínio de ritmo sinusal (90%) e de alças patológicas (93,4%), constituídas por sobrecargas ventriculares (SV) e distúrbios da conduçäo intraventricular (DCIV). A avaliaçäo cineangiográfica e hemodinâmica evidenciou dilataçäo e hipocinesia difusa e simétrica do VE, ambas de grau leve ou moderado, fraçäo de ejeçäo normal e pressöes normais ou discretamente elevadas. Näo houve relaçäo significativa entre o período de evoluçäo dos sintomas e o padräo cineangiográfico e hemodinâmico. A avaliaçäo hemodinâmica dos pacientes em SV näo diferiu significativamente daqueles com DCIV ou traçados normais. Conclui-se que a MCD é uma entidade passível de ser diagnosticada em fases anteriores ao surgimento de insuficiência cardíaca congestiva e que, como tal, apresenta manifestaçöes clínicas e eletrovetocardiográficas definidas e características hemodinâmicas e cineangiográficas que permitem estabelecer o diagnóstico