Com o objetivo de avaliar a funçäo contrátil do ventrículo esquerdo na forma indeterminada da doença de Chagas, foram estudados pela ecocardiografia 30 portadores da afecçäo, cujas idades variavam entre 20 e 50 anos (média 35,9 anos). Três casos (10%) foram excluídos da análise porque o ápice ventricular näo foi adequadamente visibilizado. Os valores médios dos diâmetros, volumes, variaçäo percentual dos diâmetros e fraçäo de ejeçäo do ventrículo esquerdo estiveram dentro dos limites normais. A contratilidade miocárdica regional foi normal em 74% dos casos e anormal em 7 casos (26%). Nestes últimos, em 1 deles a hipocontratilidade miocárdica era difusa e nos outros 6, havia nítida hipocontratilidade segmentar localizada e restrita à regiäo póstero-apical da câmara. Na forma indeterminada da doença de Chagas podem ocorrer alteraçöes do contratilidade regional do ventrículo esquerdo que envolvem, preferencialmente, a regiäo póstero-apical da câmara, de forma semelhante (mas em menor grau) às observadas na fase crônica sintomática da afecçäo. A utilizaçäo rotineira do ecocardiograma para a avaliaçäo de portadores da forma indeterminada da doença de Chagas permitiria detectar alteraçöes precoces da funçäo ventricular e, conseqüentemente, melhor caracterizaçäo do estado funcional do miocárdio