Aspectos diagnósticos da endocardite infecciosa em idosos
Diagnostic features of infective endocarditis in the elderly
Arq. bras. cardiol; 51 (4), 1988
Publication year: 1988
Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 23 pacientes com 60 a 81 anos (média: 68,4 anos), dos quais 18 eram homens e cinco mulheres, portadores de endocardite infecciosa (EI), internados no Hospital das Clínicas da FMUSP no período de 1975 a 1985. O tempo de evoluçäo da doença até a internaçäo hospitalar variou de cinco a 195 dias (média: 77 dias). Febre (56,5%) e astenia (30,4%) foram as manifestaçöes mais freqüentes, vindo a seguir as músculo-esqueléticas (26,1%), gastro-intestinais (26,1%), cutâneas (17,4%), neurológicas (17,4%), e urinárias (17,4%). Sopro cardíaco foi observado em 65,2% dos casos. Hepatomegalia (43,5%) esplenomegalia (17,4%) e petéquias (8,7%) foram as alteraçöes mais encontradas ao exame físico. As hemoculturas foram positivas em 73,3% dos casos em que foram realizadas e o agente mais freqüentemente encontrado foi o streptococcus (53,3%), seguido dos bacilos gram-negativos (20,0%) e do staphylococcus aureus (13,3%). Dentre as provas de atividade inflamatória, a mucoproteína sérica foi a que mostrou-se mais constantemente alterada. O ecocardiograma evidenciou imagens sugestivas ou suspetias de vegetaçäo em 77,7% dos casos. O mapeamento com Ga 67 mostrou hipercaptaçäo em área cardíaca nos dois casos em que foi realizado. A valva mais acometida foi a mitral, seguida da aórtica. A mortalidade foi elevada (56,5%) e em oito pacientes que faleceram o diagnóstico da EI foi realizado apenas pelo exame anátomo-patológico