O estudo ecocardiográfico de 480 pacientes com idade igual ou superior a 60 anos, demonstrou que 37 eram portadores de calcificaçäo mitral (CM). Destes, 33 eram do sexo feminino e quatro do sexo masculino, com idade variável de 63 a 98 anos (média 75,4 anos). A análise dos dados clínicos, eletrocardiográficos, fonocardiográficos, ecocardiográficos e metabólicos permitiu evidenciar: 1) a CM foi obsrvada em 7,7% dos pacientes com mais de 60 anos, sendo que a incidência tende a aumentar com o progredir da idade; 2) a CM foi mais freqüente e acentuada nas mulheres; 3) afecçöes cardiocirculatórias, que elevam a pressäo sistólica ventricular esquerda, como a hipertensäo arterial (64,9%) e a estenose aórtica (10,8%) foram as mais observadas nesses pacientes; 4) näo se conseguiu evidenciar antecendentes de enfermidades que pudessem ter lesado previamente a valva mitral; 5) näo se observaram alteraçöes dos lípides e do cálcio séricos; 6) o progressivo depósito de cálcio, atingindo as lacíneas, determinou em 27,0% dos casos, insuficiência e/ou estenose mitral, passível até de correçäo cirúrgica; 7() foram freqüentes as alteraçöes no mecanismo de produçäo e/ou conduçäo do estímulo cardíaco, levando ao desenvolvimento de bradiarritmias, taquiarritmias e de bloqueios intraventriculares. A vista do acima exposto, recomenda-se que, após confirmaçäo diagnóstica, o apciente deverá ser acompanhado periódicamente para que as complicaçöes sejam detectadas e tratadas prececemente