Foram estudados quinze portadores de pneumopatia por amiodarona com idades entre 52 e 79 (média 64,0) anos, sendo onze homens e quatro mulheres. Em 66% dos pacientes a dose diária de amiodarona foi 200 mg. O tempo decorrido entre o início da droga e o aparecimento da pneumonite foi de 2 a 84 (média = 23,3) meses. Extra-sistóles ventricularres e taquicardia paroxistica supraventricular foram as indicaçöes para o uso da droga. As principais queixas foram dispnéia progressiva e tosse. Emagrecimento foi observado em cinco, febre em seis e dor de características pleurais em dois pacientes. Ao exame físico do tórax houve predomínio de estertores sub-crepitantes difusos. Na radiografia de tórax observou-se infiltrado intersticial bilateral em todos, com derrame pleural em dois, e a cintilografia com citrato de gálio 67, realizada em nove pacientes evidenciou hipercaptaçäo difusa. A funçäo pulmonar mostrou insuficiência respiratória ventilatória restritiva, com hipoxemia. Dez pacientes foram submetidos a biópsia pulmonar, um a lavado bronco-alveolar, e outro a toracocentese. Nos três restantes, o diagnóstico se baseou em critérios clínicos e radiológicos. O material foi examinado a microscopia óptica e eletrônica. A partir da suspeita de toxicidade pulmonar, a droga foi suspensa em todos, introduziu-se corticoterapia em 13. Cinco (33,3%) pacientes faleceram, oito curaram-se e dois permaneceram sem seqüelas