Objetivo - Estudo dos pedidos de avaliaçäo cardiológica pré-operatória em hospital de referência em cardiologia no contexto de hospital geral. Métodos - Foram estudados 255 pacientes no período de junho a dezembro de 1989, de idades entre 16 e 82 (média de 55) anos, 120 (47//) do sexo masculino e 135 (53//) do feminino, mediante questionário aplicado por ocasiäo da consulta médica. Resultados - As queixas principais foram a dor toráxica em 30 casos (11,8//), a dispnéia em 57 (22,4//), palpitaçöes em 13 (5,1//); 141 (55,3//) pacientes eram assintomáticos do ponto de vista cardiológicos. A hipertensäo arterial foi detectada no exame físico em 75 (29,4//) casos e o sopro cardíaco em 21(8,2//). Os diagnósticos mais freqüentes foram a hipertensäo arterial em 63(24,7//) casos, a insuficiência coronariana em 30 (11,8//), dos quais 13(5,1//) informavam ter sofrido infarto do miocárdio pregresso, a estenose aórtica em 5 (1,9//), outras valvopatias em 14(5,5//), disritimias cardíacas em 11(4,3//). Em 90 (35,4//) pacientes näo havia evidência de cardiopatia. Sessenta e cinco (25,5//) pacientes faziam uso de medicaçäo cardiológica e 171 (67//) doentes já se encontravam hospitalizados com vistas à operaçäo. O acompanhamento cardiológico posterior foi recomendado a 150 (58,8//) pacientes. Sete doentes faleceram por causas atribuídas a doença de base dos pacientes. Em nenhum caso a intervençäo cirúrgica foi contra-indicada em razäo da cardiopatia. Conclusäo - Na populaçäo estudada näo se pôde detectar efeito adverso das cardiopatias diagnosticadas na evoluçäo dos pacientes operados. A avaliaçäo cardiológica pré-opertória contribui näo só para os cuidados transoperatório e pós-operatório imediato, mas também permitiu orientar conveniência de seguimento médico a longo prazo