Prevalência de alterações eletrocardiográficas em 2000 pacientes chagásicos idosos e não idosos
Prevalence of electrocardiographic abnormalities in 2000 aged and non-aged chagasic patients

Arq. bras. cardiol; 60 (6), 1993
Publication year: 1993

PURPOSE--To assess the prevalence of main electrocardiographic alterations in chagasic patients at University of Triângulo Mineiro Medical School, and compare such alterations between aged and non-aged patients. METHODS--Electrocardiograms (ECG) of 2,000 chagasic patients were interpreted. Age, color, sex and concomitant systemic hypertension, congestive heart failure (CHF) and megaesophagus and/or megacolon were registered. Chi-square test was employed to compare aged (60 years or more; n = 378) and non-aged (age less than 60 years; n = 1622) chagasics. RESULTS--ECG were normal in 9.6of the patients.

The main alterations were:

ventricular premature complexes (VPC) 42.2, left ventricular enlargement (LVE) 38.8, right bundle branch block (RBBB) 32.4, left anterior hemiblock 29.2and ventricular repolarization changes 28.2. The aged group exhibited greater (p < 0.05) proportion of male patients (1.

7:

1 vs 1.

1:

1), white than non-white (3.

6:

1 vs 2.

2:

1) and larger percentages (p < 0.01) of systemic hypertension (18.2 vs 7.5) and CHF (26.4 vs 12.0).

The following alterations were significantly more common on aged chagasic:

VPC (62.7 vs 37.5), LVE (43.4 vs 37.1), atrial fibrillation (19.6 vs 5.5), supraventricular premature complexes (11.9 vs 5.2), electrically inactive zone (9.5 vs 6.6), wandering atrial pacemaker (4.5 vs 2.2) and 2nd-degree atrioventricular (AV) block (2.9 vs 1.5). The non-aged chagasic had greater percentage (p < 0.05) than aged group of normal ECG (10.7 vs 5.0), RBBB (34.1 vs 24.9) and 1st degree AV block (9.7 vs 6.3). CONCLUSION--There was a high prevalence of ECG alterations in chagasic patients seeking medical attention. The different frequencies of those alterations between aged and non-aged chagasic may result of conditions more frequently seen in aged, like ischemic heart disease, CHF and systemic hypertension or to a probable more severe cardiac denervation in non-aged chagasic.
Objetivo - Determinar a prevalência das principais alterações no eletrocardiograma (ECG) de chagásicos atendidos nas enfermarias e ambulatórios da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, e comparar a freqüência dessas alterações em chagásicos idosos e não idosos. Métodos - Foram interpretados ECG de 2000 chagásicos e registrados dados clínicos como idade, sexo, cor e a concomitância ou não de hipertensão arterial sistêmica (HAS), insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e megaesôfago ou megocólon. A comparação estatística entre idosos (idade ³60; n=378) e não idosos (idade <60 anos; n=1622) foi realizada pelo teste do qui-quadrado. Resultados - Na casuística geral, 9,6% dos chagásicos tinham ECG normal.

Os achados mais comuns foram:

extra-sistolia ventricular (ESV) 42,2%, sobrecarga ventricular esquerda (SVE) 38,3%, bloqueio de grau avançado do ramo direito (BARD) 32,4%, bloqueio divisional ântero-superior esquerdo 29,2% e alterações da repolarização ventricular 28,2%. Na comparação com os não idosos, os idosos apresentaram maior proporção (p<0,05) de indivíduos do sexo masculino (1,7:1vs1,1:1) e de cor branca (3,6:1vs2,2:1) e maior porcentagem (p<0,01) de HAS (18,2vs7,5) e ICC (26,4vs12,0). No ECG, a porcentagem das seguintes alterações foram signifiativamente mais comuns em idosos: ESV (62,7vs37,5), SVE (43,4vs37,1), fibrilação atrial (19,6vs5,5), extra-sístoles supraventriculares (11,9vs5,2), zona eletricamente inativável (9,5vs6,6), ritmo de marcapasso mutável (4,5vs2,2) e bloqueio atriovetricular (BAV) de 2°grau (2,9vs1,5). Os chagásicos não idosos apresentam porcentagens significativamente maiores de ECG normal (10,7vs5,0), BARD (34,1vs24,9) e BAV de 1°grau (9,7vs6,3). Conclusão - No presente estudo registrou-se alta prevalência de alterações eletrocardiográficas em chagásicos que buscam assistência médica. As diferenças na incidência dessas alterações entre idosos e não idosos podem se dever à maior concomitância de condições como cardiopatia isquêmica, ICC e HAS nos idosos, além de desnervação cardíaca provalvelmente mais intensa nos não idosos

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