Cardiopatia e gravidez
Heart disease and pregnancy

; (), 1994
Publication year: 1994

A partir de 1975, em nosso país, a atençäo cardiológica durante a gravidez, parto e puerpério vem porgressivamente sendo sistematizada reduzindo o risco de óbito do binômio materno-fetal. De outro lado, as complicaçöes decorrentes da própria cardiopatia, tais como a insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmöes, fenômenos tromboembólicos, arritmias graves endocardite infecciosa têm diminuído, graças às medidas preventivas adotadas. Através de um adequado controle cardiológico clínico, e/ou cirúrgico e da utilizaçäo de exames laboratoriais e métodos propedêuticos invasivos ou näo, a mulher portadora de cardiopatia poderá engravidar ou näo, com o seu risco cardiológico quantificado. Entre nós, Andrade, Ývila, Born, Oliveira, Arnoni e Oliveira, em um trabalho integrado no Departamento de Cardiopatia e Gravidez da Sociedade Brasileira de Cardiologia, vêm mostrando resultados cada vez mais animadores, em relaçäo ao prognóstico deste grupo de mulheres de alto risco. É bem verdade que obstyetras, tais como Delascio e Almeida, Cyari Jr., Rozas, têm quantificado o risco obstétrico e padronizdo normas de atençäo pré-natal. Embora a incidência de cardiopatias na gravidez corresponda de 1 por cento a 1,5 por cento das gestaçöes, a mortalidade e a morbidade têm sofrido reduçäo acentuada.

As principais complicaçöes obstétricas tais como:

placenta prévia, decolamento prematuro de placenta, hemorragias, abortos e prematuridade näo têm alterado de maneira significativa o risco gravídico, que neste grupo é representado pelo somatório dos riscos cardiológicos e obstétrico.

Os recentes avanços na propedêutica cardiológica têm permitido a indicaçäo e a realizaçào de procedimentos cirúrgicos cardiológicos durante a gravidez tais como:

cirurgias cardíacas, valvoplastias, angioplastias e implante de marcapasso, com sucesso e mortalidade materno-fetal mínima. O período ideal para sua realizaçäo na gestaçäo é após o término de organogênese até a 28 semana, reduzindo os riscos de abortos, prematuridade, malformaçöes e óbitos materno e do concepto. É importante salientar aqui o grande avanço na medicina fetal e a contribuiçäo da ecocardiografia fetal realizada a partir da 22 semana de gravidez. O diagnóstico e tratamento de cardiopatias ainda na vida intra-uterina, a reduçäo das complicaçöes devidas às arrtmias e insuficiência cardíaca fetal ...

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