Atualmente o crescimento demográfico da populaçäo e, em determinadas classes sociais, o aumento da expectativa de vida, tornam cada vez maior a probabilidade de pacientes cardiopatas necessitarem de cirurgias näo-cardíacas. Existe sempre grande receio por parte da equipe médica da descompensaçäo destes pacientes frente à anestesia. O objetivo deste capítulo é abordar alguns pontos fundamentais relacionados à anestesia de pacientes cardiopata, pois frequentemente existem dúvidas quanto a conduta, principalmente entre anestesiologistas e cardiologistas que convivem pouco com este problema. Um dos pontos que nos parece bastante aflitivo está relacionado com a avaliaçäo do risco pré-operatório. O que realmente o anestesiologista precisa saber de avaliaçäo cardiológica pré-operatória que possa influenciar na escolha da técnica e das drogas anestésicas nem sempre é fieto com clareza ou profundidade. Por outro lado, as mudanças fisiológicas provocadas pela anestesia e pela açäo farmacodinâmica das drogas anestésicas nem sempre säo levadas em conta pela equipe que faz a avaliaçäo. Nesta mesma linha de pensamento presume-se que o anestesiologista, que propöe-se a anestesiar cardiopatas, conheça em profundidade a fisipatologia de cada cardiopatia e a repercussäo das dorgas e da técnica de anestesia a ser empregada. Na discussäo multidisciplinar que antecede o ato cirúrgico destes pacientes, a pergunta que se faz inicialmente está relacionada ao risco representado pela cardiopatia e sua influência na evoluçäo clínica frente ao impacto da anestesia e cirurgia. neste aspecto, a técnica de anestesia com as respectivas drogas, bem como a monitorizaçäo intra-operatória necessária para o ato cirúrgico, tem recebido atençäo crescente. Estes fatos estäo fundamentados em trabalhos que demonstram a eficácia da monitorizaçäo em diminuir a incidência de complicaçöes ...