Evolução pós-operatória da função ventricular esquerda na insuficiência aórtica
Postoperative Left Ventricular Function Evolution in Aortic Insufficiency
Arq. bras. cardiol; 65 (2), 1995
Publication year: 1995
PURPOSE--To analyze the follow-up of left ventricular function (LVF) after surgical correction of severe chronic aortic insufficiency (AI). METHODS--Twenty-one out of 68 patients with AI, initially asymptomatic and that developed symptoms during the follow-up period of 24-36 months, were studied. Relationship between symptoms and LVF by echocardiogram and radioisotopic ventriculography at rest and in isotonic exercise were studied. Three clinical moments (CM) were assumed: CM-0- at the beginning of the study, when all patients were asymptomatic; CM-1- manifestation of the symptoms during 24-36 months; CM-2- corresponding to the late post-operative period of 8 months of 20 out of 21 patients (one refused the surgery). The analysis did not show any significant differences between the mean values of all echocardiographic variables (diastolic and systolic diameters, shortening fraction, final systolic stress, volume-mass ratio, contractility index) and the ejection fraction of the left ventricle (EF) obtained by the radioisotope ventriculography at rest and, including exercise, between clinical moments 0 and 1. RESULTS--In the CM-2, involution was verified for functional class I/II in all cases and absence of expressive complications or immediate or late postoperative mortality. Comparison between CM-2 and 0 showed expressive regression of the diameters at rest in the postoperative period and with significant improvement in the means mainly the percentual variation of the EF and total time of effort. CONCLUSION--Symptoms assembled patients with more advanced eccentric hypertrophy and did not coincide with any immediate change in findings studied at rest and at exercise. It represented a point of reference for surgical indication compatible with late postoperative involution of chronic adaptation of AI.
Objetivo - Analisar a evolução da função ventricular esquerda (FVE) após correção cirúrgica da insuficiência aórtica crônica grave (IAo). Métodos - Dentre 68 portadores de IAo, inicialmente assintomáticos, selecionamos 21 que desenvolveram sintomas durante período de observação de 24-36 meses. Estudamos a FVE através do ecodopplercardiograma e da ventriculografia radioisotópica em repouso e em exercício isotônico em três momentos clínicos (MC): MC-0 - ao início do estudo e todos os pacientes eram assintomáticos; MC-1 - manifestação de sintomas no decorrer de 24-36 meses;
MC-2 - período pós-operatório tardio de 8 meses de 20 dos 21 casos (houve uma recusa à cirurgia). Não havia diferenças significantes entre as médias de todas as variáveis ecocardiográficas estudadas (diâmetro diastólico, diâmetro sistólico, fração de encurtamento,
estresse sistólico final, relação volume-massa, índice de contratilidade) e da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FE) obtida pela ventriculografia radioisotópica em repouso e, inclusive ao exercicio, entre os MC - 0 e 1. Resultados - No MC-2 constatou -se involução
para classe funcional I/II em todos os casos e ausência de mortalidade pós-operatória imediata e tardia. Da comparação entre os MC - 2 e 0, houve expressiva regressão dos diâmetros em repouso no pós-operatório e com melhora significante entre as médias, principalmente da variação percentual da FE e do tempo total de esforço. Conclusão - A manifestação de sintomas reuniu pacientes com hipertrofia excêntrica avançada, não coincidiu com nenhuma mudança imediata dos marcadores laboratoriais estudados ao repouso e ao exercício, e representou ponto de referência de indicação cirúrgica compatível com involução pós-operatória tardia das conseqüências da adaptação IAo