Aterosclerose coronariana e infarto do miocárdio em chagásicos crônicos
Coronary arteriosclerosis and myocardial infarction in chronic Chagas' disease

Arq. bras. cardiol; 65 (2), 1995
Publication year: 1995

PURPOSE--To evaluate both the frequency of myocardial infarction and coronary atherosclerosis as well as the pathology of the later in necropsied chronic chagasic individuals. METHODS--Systematized gross and light microscopy were performed in hearts, especially at the three main coronary arteries. Eighty-nine hearts were studied, 35 chronic chagasics and 54 nonchagasics, all from males. Statistical tests were used for frequency analysis. RESULTS--Myocardial infarction occurred in 8.6 chagasics and in 7.4 nonchagasics. Coronary atherosclerosis was detected in 71.4 of chagasics and in 74.1 of nonchagasics. Its morphology was similar for both groups and indistinguishable from the classical descriptions of atherosclerosis. There were no cases showing lesions compatible with accelerated coronary atherosclerosis. CONCLUSION--The frequency of myocardial infarction and coronary atherosclerosis was the same for both chagasics and nonchagasic individuals. The morphological findings for the studied arteriopathy were identical for the two considered groups. However, it seems that the frequency of myocardial infarction is higher in chagasics with normal coronary arteries (with or without minimal atherosclerotic lesions), as compared with nonchagasics.
Objetivo - Determinar a freqüência de infarto do miocárdio e da aterosclerose coronariana, bem como as características anatomopatológicas desta última em chagásicos crônicos necropsiados. Métodos - Estudaram-se 89 corações, sendo 35 de chagásicos crônicos e 54 de não-chagásicos, todos provenientes de homens e foram analisados de modo sistematizado, macro e microscopicamente, o coração e, particularmente, os principais troncos coronarianos. Empregaram-se testes estatísticos para análise das freqüências. Resultados -Infarto do miocárdio ocorreu em 8,6% dos chagásicos e em 7,4% dos não-chagásicos. A aterosclerose coronariana foi diagnosticada em 71,4% dos tripanossomóticos e em 74,1% dos nãotripanossomóticos e suas características morfológicas foram semelhantes nos dois grupos considerados e superponiveis àquelas, classicamente, descritas na arteriopatia. Em nenhum caso se observaram lesões daarteriosclerose coronariana acelerada. Conclusão - A freqüência de infarto do miocárdio e de aterosclerose coronariana foi a mesma em chagásicos e não-chagásicos. Quanto às características morfológicas da arteriopatia em estudo foram idênticas nos dois grupos considerados. Entretanto, a freqüência de infarto do miocárdio, em chagásicos com coronárias pérvias, sem ou com lesões ateroscleróticas mínimas, parece maior que a observada em não-chagásicos.

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