Resultados da cirurgia da estenose aórtica em pacientes com disfunção ventricular grave
Results of Aortic Valve Surgery in Patients with Severe Left Ventricular Dysfunction

Arq. bras. cardiol; 67 (6), 1996
Publication year: 1996

PURPOSE:

To study the short and long term clinical course of patients with severe aortic stenosis after surgical treatment of the valvular lesion.

METHODS:

Thirty survivors among 31 consecutive patients with severe left ventricular dysfunction (LVD) due to aortic stenosis (AS) were submitted to clinical and echocardiographic follow-up during a mean of 30 months after surgical treatment of the valvular lesion. Twenty five (83.3) patients were male with a mean age of 50 years (25 to 74).

Before operation the following parameters were obtained:

diastolic left ventricular diameter (DLVD), shortening fraction (SF), left ventricular ejection fraction (LVEF), aortic valve area (AVA), left ventricular-aortic pressure gradient (PG) and NYHA functional class (FC). During the follow up, after the surgical procedure, FC, DLVD, LVEF and SF could be analysed and compared with previous data.

RESULTS:

A significant rise in SF (p = 0.001) and LVEF (p = 0.0001), as well as a decrease in DLVD (p = 0.001) were observed in the follow up. Symptoms lessened in severity in the majority of patients. Three of our patients died with progressive LVD and heart failure, after at least 36 months of follow-up. These results indicate that when operation is carried out in patients with AS and left ventricular failure, a significant improvement in left ventricular function and in symptoms takes place. Although the risk of surgical treatment is increased in this group of patients, LVD should not be considered a contraindication to the procedure.

CONCLUSION:

The left ventricular dysfunction is not a contraindiction for the surgical treatment of the aortic stenosis.
Objetivo - Estudar a evolução imediata e tardia de portadores de estenose aórtica, com disfunção ventricular grave submetidos à cirurgia. Métodos - Estudamos clínica e ecodopplercardio graficamente, por período médio de 30 meses, a evolução pós-operatória de 30 sobreviventes dentre 31 pacientes (mortalidade imediata 3,2%) com estenose aórtica e disfunção grave de ventrículo esquerdo (VE) submetidos consecutivamente à troca valvar aórtica. A idade média foi de 50 (25 a 74) anos, sendo 25 (83,3%) do sexo masculino. A comparação pré e pós-operatória compreendeu fundamentalmente a análise do ∆ D%, diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (DDVE) e classe funcional (CF) de insuficiência cardíaca. No pré-operatório foram analisados também a área valvar aórtica (AVA) e o gradiente de pressão (GP) sistólica entre VE e aorta. Resultados - Houve, no pós-operatório (PO) tardio significativa (p= 0,001) elevação média de ∆ D%, assim como da fração de ejeção do VE (p= 0,0001) e queda da média de DDVE (p= 0,001), bem como regressão para CFI/II em 27 (90%) casos. Ocorreram três (9,6%) óbitos tardios, todos após pelo menos três anos de PO, causados por disfunção ventricular esquerda progressiva. Observamos que nos portadores de estenose aórtica e disfunção ventricular, existe, no PO, melhora significativa das condições clínicas e da função ventricular, o que justifica o tratamento cirúrgico da valva aórtica nestes casos. Conclusão - A disfunção ventricular esquerda não constitui contra-indicação ao tratamento cirúrgico da estenose aórtica.

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