Arq. bras. cardiol; 87 (5), 2006
Publication year: 2006
OBJETIVO:
Estudar a prevalência de síncope neurocardiogênica em pacientes com síncope inexplicada e extra-sístoles ventriculares (EV), com morfologia de via de saída de ventrículo direito (VSVD) sem cardiopatia estrutural aparente. MÉTODOS:
Noventa pacientes (66 mulheres, idade média de 40,2 ± 16,95 anos) com EV monomórficas com origem na VSVD foram avaliados prospectivamente. Cinqüenta e quatro pacientes apresentavam síncopes ou pré-síncopes associadas ou não a palpitações; 27 apresentavam palpitações sem pré-síncope ou síncope, e 9 eram assintomáticos. Todos foram submetidos a ecocardiograma, ECG de alta resolução, ressonância magnética cardíaca e teste de esforço para afastar cardiopatia estrutural e taquicardia ventricular adrenérgico-dependente, e a monitorização com Holter e monitor de eventos sintomáticos para correlacionar os sintomas com a arritmia. A investigação de suscetibilidade a síncope neurocardiogênica foi avaliada pelo teste de inclinação (TI). Os grupos foram comparados quanto a sexo, idade, freqüência e complexidade das extra-sístoles, com e sem esforço físico, resultado do TI e evolução clínica. RESULTADOS:
No grupo com síncope e pré-síncope, o TI foi positivo em 38 por cento dos casos e nos grupos com palpitações e assintomáticos, em 11 por cento (p = 0,0257). Após orientação e tratamento da síncope neurocardiogênica, 85 por cento dos pacientes com síncope e pré-sincope e TI positivo permaneceram assintomáticos durante seguimento médio de 40 meses. Dois pacientes com síncope e TI negativos apresentaram taquicardia ventricular sustentada espontânea durante a evolução clínica. CONCLUSÃO:
A prevalência de síncope neurocardiogênica em pacientes com EV idiopáticas de VSVD é alta. Pacientes com síncope recorrente inexplicada e EV idiopáticas devem ser mantidos sob investigação.
OBJECTIVE:
Study the prevalence of neurocardiogenic etiology in patients with unexplained syncope and ventricular premature beats, with right ventricle outflow tract morphology (RVOT) and no apparent structural cardiopathy. METHODS:
Ninety patients (66 women, mean age 40.2±16.95 years of age) with monomorphic premature beats originated at RVOT were evaluated prospectively. Fifty-four patients reported syncopes or near-syncopes associated to palpitations or not; twenty-seven presented palpitations with no pre-syncope or syncope, and nine were asymptomatic. All patients were submitted to echocardiogram, high resolution ECG and cardiac MRI to rule out structural cardiopathy, to exertion test to rule out adrenergic dependent ventricular tachycardia, and ECG prolonged outpatient monitoring (Holter and symptomatic events monitor) to correlate symptoms and ventricular arrhythmias. Investigation on the susceptibility to neurocardiogenic syncope was evaluated by Tilt Table Test (TTT). Groups were compared regarding gender, age, premature beats frequency and complexity, at exertion or not, TTT results and clinical course. RESULTS:
In the syncope and pre-syncope groups, TTT was positive for 38 percent of cases, and in groups with palpitations and assymptomatics, it was positive for 11 percent (p = 0.0257). After recommendations and treatment of neurocardiogenic syncope, 85 percent of syncope and pre-syncope patients and positive TTT was asymptomatic along the 40-month follow-up. Two patients with syncope and negative TTT presented spontaneous, sustained ventricular tachycardia during clinic course. CONCLUSION:
The prevalence of neurocardiogenic syncope in patients with idiopathic RVOT premature beats is high. Patients with recurrent, unexplained syncope and idiopathic VE must be kept under investigation.