Arq. bras. endocrinol. metab; 36 (4), 1992
Publication year: 1992
As concentraçöes séricas de tireoglobulina (Tg), T3, T4 e TSH foram analisadas em 52 pacientes com carcinoma diferenciado de tireóide após tireoidectomia total, enquanto a medicaçäo supressiva por L-tiroxina havia sido suspensa. Mapeamento ósseo, radiografia torácica e mapeamento radioisotópico de corpo inteiro (MRCI) foram igualmente solicitados.
Os pacientes foram divididos em três grupos:
G1) sem remanescente tissular tireóideo na área cervical (n=12); G2) com remanescente tissular tireóideo cervical mas sem metástases locais ou distantes (n=27); e G3) com a presença de metástases pulmonares, ósseas ou cervicais (n=13). As concentraçöes de Tg séricas foram, respectivamente (média DP): 99 + ou - 5,7 µg/L (G1), 29,9 + ou - 22,9 µg/L (G2) e 564,8 + ou - 833,4 µg/L (G3). Observou-se correlaçäo significativa entre os achados clínicos, a presença de MRCI positivo ou negativo e o nível de Tg sérica. As concentraçöes séricas de Tg revelaram-se mais sensíveis que o MRCI para detecçäo de eventual metástase, apesar de haver certo grau de superposiçäo de valores de Tg sérica entre os pacientes dos grupos 2 e 3. Em outro grupo de pacientes (n=141) com diagnóstico prévio de câncer de tireóide diferenciado, analisou-se a Tg sérica por método imunorradiométrico (IRMA), enquanto os indivíduos se achavam sob a açäo de doses supressivas de L-tiroxina. A Tg sérica mostrou-se näo detectável (<1,0 µg/L) em 94 por cento dos pacientes do grupo 1 (sem remanescente tireóideo) e em 75 por cento dos indivíduos do grupo 2. A Tg sérica variou de <1,0 µg/L até 88 µg/L nos pacientes dos grupos 3 e 4. Concluímos que o método IRMA usando dois anticorpos monoclonais é mais sensível e permite melhor acompanhamento, com mais segurança, do paciente com diagnóstico prévio de câncer de tireóide. Recomenda-se que a verificaçäo da Tg sérica seja realizada com um MRCI em pacientes tireoidectomizados, pelo menos na fase inicial.