Foram estudados 85 pacientes portadores de bócio com diagnóstico clínico-citológico de tiroídite de Hashimoto. Oitenta e um pacientes (95 por cento) eram do sexo feminino e 4 (15 por cento) do sexo masculino, com idade média de 40,4 + 14,6 anos, variando entre 11 a 88 anos. Cinco indivíduos (5,9 por cento) tinham idade menor que 20 anos e 4 deles (9,4 por cento) idade superior a 60 anos. Todos foram submetidos a citologia aspirativa de agulha fina de tiroide (CAAF) e os dados clínicos e exames complementares foram correlacionados com os achados citológicos. Notou-se diversidade de apresentaçao clínica e laboratorial da tiroidite de Hashimoto: o bócio era do tipo nodular em 55 por cento dos casos (cintilograficamente "frios" em 62 por cento e "mornos" em 38 por cento) e considerado difuso em 45 por cento. A funçao tiroidiana era norínal em 59 por cento, diminuída em 26 por cento e aumentada em 15 por cento. A pesquisa de anticorpos anti-microssomal (n=50) foi considerada positiva (1:400) em 72 por cento e negativa em 18 por cento dos pacienteç.

O estudo citopatológico mostrou que pelo menos 3 critérios estavam sempre presentes na tiroidite de Hashimoto:

infiltraçao linfo-histio-plasmocitária, esboço de folículos linfóides e colóide. Constatou-se que a CAAF é de grande auxílio no diagnóstico de tiroidite de Hashimoto, podendo, isoladamente, confirmar este diagnóstico em 83,5 por cento dos pacientes estudados. Nos casos em que os critérios citológicos sao apenas sugestivos, é importante a correlaçao com os dados clínicos, laboratoriais e cintilográficos para melhor definir o diagnóstico.