Correlaçäo entre a resposta de peptídeo-C a uma refeiçäo padräo e diferentes parâmetros clínicos, bioquímicos e epidemiológicos do diabetes mellitus do tipo I
Correlation between C-peptide response to a pattern meal and different clinic, biochemical and epidemiologic parameters of diabetes mellitus type I
Arq. bras. endocrinol. metab; 41 (2), 1997
Publication year: 1997
Com o objetivo de estudar a correlaçäo entre a funçäo residual da célula beta (e parâmetros clínicos, bioquímicos e epidemiológicos do diabetes, empreendemos um estudo de corte transverso, em 26 diabéticos insulino dependentes (12 do sexo feminino) com idades de 10 a 40 anos (21,1+8,2) e duraçäo da doença de 1 a 24 meses (7,9+6,7). O estímulo empregado foi uma refeiçäo padräo mista e as variáveis do peptídeo-C estudadas foram: peptídeo-C basal (PB), valor de pico (VP), área incremental (AI). Näo observamos correlaçäo entre as variáveis da curva de resposta do peptídeo-C e os seguintes parâmetros: idade de eclosäo da doença, duraçäo dos sintomas antes do diagnóstico, duraçäo do diabetes e níveis de glicemia basal, näo havendo também diferença entre os sexos. Observamos correlaçäo inversa e significativa entre a dose de insulina diária e a AI (rS= -0,44; p<0,04), e entre os níveis de hemoglobina glicolisada e o PB (rS = -0,41; p<0,05). Os pacientes com níveis de hemoglobina glicosilada = 9,5 por cento apresentavam valores mais elevados de PB (p<0,02), e aqueles que eclodiram a doença em cetoacidose apresentavam todas as variáveis da curva significativamente reduzidas (p<0,04). Concluímos que, no grupo estudado, a melhor capacidade de incremento pós-estímuo estava associada ao uso de menores doses de insulina, e que melhores níveis de hemoglobina glicolisada estavam associados a maiores níveis basais de peptídeo-C. A presença de cetoacidose no diagnóstico foi associada a um pior padräo de secreçao residual da célula beta nos dois primeiros anos de doença.