Com o objetivo de avaliar a acurácia da punçäo aspirativa por agulha fina (PAAF), comparando-a com a histopatologia, e o comportamento do nódulo tireoidiano submetido ou näo ao tratamento hormonal supressivo com tiroxina exógena, analisamos retrospectivamente 97 pacientes acompanhados no Serviço de Endocrinologia do HUCFF/UFRJ no período de 1986 a 1994. Trinta e cinco pacientes foram submetidos a tireoidectomia por motivos diversos, 25 foram tratados com doses supressivas de tiroxina por um período de 8 a 24 meses, com o hormônio estimulador da tireóide (TSH) basal mantido abaixo de 0,3 UI/L (V.N.: 0,47 a 5,0), 26 foram mantidos em observaçäo apenas e 11 se evadiram. Dos 35 pacientes operados, quatro tinham câncer da tireóide, o que demonstra uma acurácia da PAAF de 88,6 por cento e uma taxa de resultados falso-negativos de 11,4 por cento. No grupo tratado com tiroxina (n=25), seis (24 por cento) evoluíram com diminuiçäo do tamanho do nódulo, dois (8 por cento) com aumento, e 17 (68 por cento) näo demonstraram qualquer alteraçäo no tamanho do nódulo na reavaliaçao clínica e ultrassonográfica. No grupo näo tratado (n=26), dois (7,6 por cento) apresentaram diminuiçäo do tamanho do nódulo, cinco (19 por cento) mostraram aumento, enquanto 19 (73 por cento) permaneceram estáveis. A análise estatística (teste t de Student) mostrou que os valores médios "pré-tratamento" näo diferem significativamente (p=0,26) entre os dois grupos e que a variaçäo média do "pré" para o "pós-tratamento" par ambas as diferenças relativa e absoluta (p=0,08 e p=0,09 rspectivamente), também näo difere significativamente entre os dois grupos.

Conclusöes:

1) a PAAF foi altamente concordante com os achados histopatológicos; 2) a terapia supressiva com tiroxina näo revelou maior eficácia do que a simples observaçäo dos nódulos.