Consideraçöes sobre o tratamento cirúrgico do bócio nodular tóxico autônomo
Considerations about the surgical treatment of toxic autonomic nodular goiter
Arq. bras. endocrinol. metab; 41 (4), 1997
Publication year: 1997
Alguns autores têm proposto a injeçäo percutânea de etanol, guiada por ultrassonografia, para tratamento do bócio nodular tóxico autônomo, ao invés de cirurgia ou radio-iodoterapia. A fim de oferecer elementos para a comparaçäo entre esses métodos terapêuticos, é apresentado o estudo retrospectivo de portadores de bócio nodular autônomo operados em 5 anos no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço de um hospital de ensino. Foram analisados dados clínicos, laboratoriais, cirúrgicos e anatomopatológicos, além de duraçäo da operaçäo, resultados, complicaçöes e tempo de parmanência hospitalar. De 26 operados por bócio nodular autônomo, nesse período, e que tinham prontuários passíveis de análise, sete possuíam bócio uninodular. Todos eram mulheres, com idade média de 38 anos e sem outra doença associada. A ultrassonografia, realizada em seis, coincidiu com o achado operatório em 66 por cento dos casos e a punçäo biópsia aspirativa, feita em cinco, ofereceu conclusäo diagnóstica em 20 por cento. O diâmetro nodular médio foi de 3,7cm. A média do tempo cirúrgico, 122 minutos. O período médio de internaçäo, 1,7 dias. Foram realizadas nodulectomias e lobectomias. Näo houve complicaçäo perioperatória com a exceçäo de um caso de hipotireoidismo subclínico. Os nódulos eram benignos, mas em um houve associaçäo com microcarcinoma papilífero. A cirurgia, portanto, constitui método eficaz de tratamento dos bócios uninodulares, implica em baixa morbidade e na resoluçäo imediata da doença. Difere, assim, de métodos näo cirúrgicos, nos quais a literatura demonstra persistência de nodularidade e seqüelas.