Incidência de diabetes mellitus insulino dependente (Tipo 1) na cidade de Londrina, PR - Brasil
Incidence of diabetes mellitus insulin dependent (Type 1) in the city of Londrina, Paraná - Brazil

Arq. bras. endocrinol. metab; 42 (1), 1998
Publication year: 1998

Este estudo foi desenvolvido em Londrina, PR, regiao sul do Brasil, para conhecer a incidência de diabetes mellitus insulino-dependente (DM1), na populaçao com idade inferior a 15 anos, residente no município. Londrina é um dos centros participantes do Estudo Brasileiro de Incidência de diabetes mellitus insulino-dependente (EBID), que por sua vez é o componente brasileiro do estudo DiaMond (Diabetes Mondiale), da OMS.

Métodos:

Identificaçao de casos incidentes de DM1 por intermédio de duas fontes: 1) Primária: notificaçao dos casos incidentes de DM1 pelos endocrinologistas e pediatras da cidade, previamente contatados e orientados pelos pesquisadores responsáveis pelo estudo; 2) Secundária: levantamento escolar (1992 e 1993) e busca de prescriçoes de insulina em farmácias (1994).

Resultados:

O Registro de incidência de DM1 está ativo desde 1990, e seus dados mostram que a incidência média de DM1 em Londrina (1990-96) é de 5,8/100.000, variando de 2,4 a 9,4. O método de captura-recaptura (C-R) foi usado para avaliar a subestimaçao que caracteriza os registros. Em Londrina, foi possível fazer uma estimativa por C-R apenas para os dados de 1992, pois em 1993 e 1994 as fontes secundárias utilizadas nao encontraram casos de DM1 nao identificados previamente pelos médicos locais. A estimativa obtida por C-R para 1992 foi de 15,7 casos, em relaçao aos 9 identificados pelo registro, 4 pelo censo escolar, e 10 pela combinaçao das duas fontes. A eficácia calculada do registro foi de 70,9 por cento, a do censo escolar 31,5 por cento e a eficácia combinada das duas fontes de 78,7 por cento. A eficácia do Registro de DM1 de Londrina provavelmente é elevada, como indica o fato de nao se encontrarem casos incidentes nao identificados por ele, em dois anos consecutivos (1993 e 94). Seria muito interessante, porém, prosseguir com a coleta de dados por mais de uma fonte, a fim de avaliar melhor a subestimaçao indicada pela comparaçao da estimativa por C-R e os dados do Registro em 1992.

Conclusao:

A incidência de DM1 em Londrina, de acordo com a estimativa por C-R (12,7/100.000), se aproxima da observada em países como França, Canadá e Argentina; e no Brasil é superior à descrita para o Estado de Sao Paulo (7,6/100.000), e bastante superior à de Campina Grande (1,8/100.000).

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