Arq. bras. endocrinol. metab; 43 (2), 1999
Publication year: 1999
Objetivo:
Analisar a associação da variabilidade da pressão arterial auscultatória sistólica (PAS) e diastólica (PAD) com variáveis clínicas do diabetes tipo 1 (DM). Métodos:
foram estudados 58 pacientes com DM 1 (33 mulheres) com 24,6+8,5 (9-43) anos e duração do diabetes de 8,4+6,6 (0,4-36) anos sendo 46 adultos e 12 púberes. A PAS e a PAD foram aferidas em três diferentes dias na posição supina, antes e após 5 e 10 min de repouso, calculando-se o coeficiente de variação médico (CVM) e intra-individual (CVI). Resultados:
O CVM da PAS entre os diferentes tempos de afeição variou de 3,0 a 3,6 por cento (adultos) e 3,3 a 4,6 por cento (púberes) e o da PAD de 5,5 a 6,6 por cento (adultos) e 6,3 a 7,4 por cento (púberes). O CVM da PAS entre os diferentes dias de afeição variou de 6,4 a 6,8 por cento (adultos) e 8,7 a 9,2 por cento (púberes), sendo o CVI da PAS sem e após 5 min de repouso maior em púberes do que adultos, respectivamente (8,1 + 3,1 vs 5,3 + 4,1 por cento; p=0,004) e (7,9 + 4,7 vs 5,2 + 3,7 por cento; p=0,02) e apresentando uma maior correlação com a idade (PAS antes e após 5 min de repouso, respectivamente r = 0,34; r2 = 0,12; p =0,007 e r = 0,31; r2=0,09; p=0,01. O CVM da PAD entre os diferentes dias de aferição variou de 9,7 a 10,1 por cento para os adultos e de 13 a 14,2 por cento para os púberes. Nos adultos observamos diminuição da PAS e PAD entre os diferentes tempos de aferição e uma maior correlação entre duração do diabetes e PAS final após 5 min (r = 0,39; r2 = 0,15; p=0,007) e PAD após 10 min de repouso (r=0,36; r2 = 0,13; p=0,01). Conclusão:
A variabilidade da PAS e PAD entre os diferentes dias e tempos de aferição observados neste estudo justificam a necessidade da realização de várias aferições após repouso de até 10 min em ambiente apropriado para o acompanhamento ambulatorial de rotina do paciente com DM1.