Obesidade na adolescência: fator de risco para complicaçöes clínico-metabólicas
Obesity in adolescent: risk factor for metabolic clinical complications

Arq. bras. endocrinol. metab; 44 (5), 2000
Publication year: 2000

Sessenta e seis adolescentes, sendo 38 obesos (25F/13M) e 28 näo obesos (23F/5M), pareados pelo sexo, idade, cor, nível de escolaridade e estágio de maturaçäo sexual, foram submetidos a um inquérito clínico-demográfico e à avaliaçäo clínico- laboratorial. A relaçäo cintura-quadril foi maior no grupo dos obesos do que nos näo obesos (0,86 +/- 0,08) vs. 0,74 +/- 0,04; p<0,01), assim como as medidas de pressäo arterial sistólica e diastólica (120,2 +/- 12, 1 vs. 105,4 +/- 9,1mmHg; p<0,01 e 743 +/- 7,7 vs. 65,5 +/- 9,4mmHg; p<0,01, respectivamente) Alesäo dermatológica acanthosis nigricans predominou no grupo dos obesos (n=24, 63,2 por cento). Os obesos apresentaram valores de HDL-colesterol inferiores aos dos nao obesos (36, 5 +/- 10,5 vs. 43, 9 +/- 9,2mg/dl, respectivamente; p<0,05). Os níveis de triglicerídeos e ácido úrico foram maiores no grupo dos obesos se comparado aos näo obesos (124,6 +/- 80,0 vs. 74,2 +/- 31,4mg/dl, respectivamente ; p<0,01 e 5,8 +/- 1,4 vs. 4,5 +/- 1,0mg/dl, respectivamente; p<0,01). Nao houve diferença nos valores de colesterol, LDL colesterol e na glicemia basal entre os dois grupos. Os adolescentes obesos procuraram tratamento na maioria das vezes movidos por uma preocupaçäo com a saúde (n=15, 39,5 por cento). Um número significativo desses adolescentes já havia feito uso de medicamentos visando a perda ponderal no passado. Conclímos que a abosidade na adolescência pode estar relacionada a um perfil clínico-metabólico desfavorável, caracterizado por níveis mais elevados de pressäo arterial sistólica e diastólica, triglicérideos, ácido úrico, e mais reduzidos de HDL-colestrol; e ainda pela presença de acanthosis nigricans.

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