Arq. bras. endocrinol. metab; 45 (5), 2001
Publication year: 2001
Objetivos:
Descrever uma populaçäo de pacientes com diabetes tipo 1 (DM1) em relaçäo a fatores demográficos, ambientais, sócio-econômicos e manejo da doença. Delineamento:
Série de casos. Participantes:
Indivíduos com DM 1, com até 10 anos de doença, até 30 anos de idade, residentes em onze municípios do sul do Brasil. Resultados:
Foram estudados 126 indivíduos com DM1 (57 homens e 69 mulheres), sendo que a idade mais freqüente de início da doença foi dos 11 aos 15 anos (31 por cento). Houve variaçäo sazonal na época de apresentaçäo. O diagnóstico foi feito por sintomas que motivaram uma dosagem de glicemia em 61 por cneto, por hospitalizaçäo, näo em UTI, em 22 por cento e por cetoacidose em 18 por cento. Na amostra, 47 por cento aplicava insulina uma vez ao dia. Sessenta por cento dos pacientes realizava algum tipo de automonitorizaçäo, um terço reutilizava seis ou mais vezes a seringa e 50 por cento da insulina era fornecida pelo poder público. Quanto ao reconhecimento da hipoglicemia, 18 por cento dos pacientes näo sabiam citar nenhum dos sinais de alerta. Grande parte da amostra (73 por cento) consultava médico especialista em DM. Dos pacientes com mais de 5 anos de doença, 16 por cento nunca haviam feito fundoscopia e 17 por cento haviam realizado o exame há 2 anos ou mais. As formas de apresentaçäo da doença e da aquisiçäo de insulina e a consulta com especialista estiveram associadas à renda familiar. As mulheres seguiam a dieta de modo mais adequado (p= 0,05) e auto-aplicavam insulina com mais freqüência, quando comparadas aos homens. Conclusöes:
Os fatores sócio-econômicos influenciaram neste estudo a forma de diagnóstico da doença, a obtençäo de insulina e o acesso à especialistas. Os pacientes ainda carecem de conhecimentos básicos a respeito do manejo da doença.