O laboratório no diagnóstico e seguimento da acromegalia
The laboratory in the diagnosis and follow-up of acromegaly
Arq. bras. endocrinol. metab; 46 (1), 2002
Publication year: 2002
Acromegalia é uma síndrome clínica característica, que na maior parte das vezes resulta de um macroadenoma hipofisário produtor de hormônio de crescimento (GH, growth hormone). A hipersecreçäo tumoral crônica de GH provoca deformidades esqueléticas, distúrbios metabólicos, complicaçöes em vários órgäos e sistemas, e acaba reduzindo a expectativa de vida do paciente. O diagnóstico presuntivo baseia-se nos achados clínicos característicos da doença, com a confirmaçäo vindo através de exames laboratoriais e da avaliaçäo radiológica. Do ponto de vista laboratorial, a abordagem diagnóstica inclui dosagens basais e testes endócrinos que comprovem o excesso de GH, através de dosagens diretas do GH e/ou de fatores circulantes GH-dependentes, cujo melhor exemplo é o fator de crescimento insulina-símile-1 (IGF-1, insulin-like growth factor-7). A adenomectomia transesfenoidal permanece como o tratamento inicial de escolha na acromegalia, mas infelizmente a cura cirúrgica ocorre em menos da metade dos pacientes portadores de macroadenomas. Conseqüentemente, os exames laboratoriais têm um papel muito importante no seguimento dos pacientes após a cirurgia, para definir os critérios de cura e monitorar a atividade da doença durante tratamento complementar com radioterapia ou medicamentos. Neste artigo, revisaremos os exames laboratoriais mais freqüentemente utilizados no diagnóstico da acromegalia e alguns métodos experimentais que vêm sendo testados na sua abordagem. Na parte final, apresentaremos as principais recomendaçöes de dois workshops internacionais realizados nos últimos anos com o objetivo de padronizar a avaliaçäo diagnóstica e a conduta terapêutica na acromegalia.