Revisitando o hirsutismo
Hirsutism revisited

Arq. bras. endocrinol. metab; 46 (2), 2002
Publication year: 2002

O hirsutismo é definido como o crescimento excessivo de pêlos terminais na mulher, em áreas anatômicas características de distribuiçäo masculina. Pode manifestar-se como queixa isolada, ou como parte de um quadro clínico mais florido, acompanhado de outros sinais hiperandrogenismo, distúrbios menstruais e/ou infertilidade ou ainda alteraçöes metabólicas relacionadas com hiperinsulinemia/resistência insulínica.

O hirsutismo decorre da açäo dos androgênios sobre a pele e depende de vários fatores correlacionados:

níveis de androgênios e da SHBGe consequente relaçäo hormônio livre/hormônio ligado, grau de sensibilidade cutânea aos androgênios, capacidade de conversäo de androgênios em estrogênios e outras interconversöes entre esteróides.

Pode ser classificado em duas categorias:

a) associado a uma hiperproduçäo glandular de androgênios pelos ovários e/ou suprarrenais ou b) decorrente de uma hiperutilizaçäo isolada dos androgênios circulantes pelo folículo pilo-sebáceo, correspondendo ao hisurtismo dito "idiopático". A causa mais frequente do hirsutismo de origem glandular é a síndrome dos ovários policísticos. A hiperplasia adrenal congênita forma näo clássica (HAC-NC) por deficiência da 21-hidroxilase é a causa mais frequente de hirsutismo de origem adrenal, embora sua prevalência entre mulheres hirsutas como um todo, seja relativamente baixa. Outras causas menos frequentes säo a síndrome de Cushing e os tumores virilizantes, ovarianos ou adrenais. Neste artigo säo enfocados criticamente aspectos da avaliaçäo diagnóstica do hirsutismo e os princípios do tratamento com base em sua etiologia. Säo abordadas as indicaçöes e limitaçöes do uso de diferentes antiandrogênios e outros fármacos relacionados.

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