Caracterização molecular das variantes do carcinoma papilífero de tireóide
Molecular characterization of variants of thyroid papillary carcinoma

Arq. bras. endocrinol. metab; 47 (3), 2003
Publication year: 2003

Introdução e Objetivos:

Muitos estudos têm demonstrado possível relação entre a expressão de oncogenes e a agressividade histológica dos tumores tiroidianos. O presente trabalho investiga as alterações moleculares existentes nas variantes do carcinoma papilífero de tiróide (CPT), através da análise da expressão de proteínas relacionadas à tumorigênese, correlacionando-a com o prognóstico.

Metodologia:

32 casos estudados de CPT foram selecionados de peças cirúrgicas, entre 1987 e 2000, sendo 5 homens e 27 mulheres com idades médias de 52,6 e 46,5 anos, respectivamente. Foram estudados anticorpos monoclonais anti-MIB-1, p53, c-erb-B2, bcl-2 e receptores de TSH e TGFa.

Resultados:

Dos casos analisados, 11 foram considerados de melhor prognóstico (variantes microcarcinoma e encapsulado) e apresentaram elevada expressão de TSHR2 e TGFPR2 (100 por cento), bcl-2 (81,8 por cento), c-erb-B2 (90,9 por cento) e menor expressão de p53 e MIB-1 (18,2 por cento). Nos 13 casos classificados como de prognóstico intermediário (variantes clássica e folicular), a expressão de TSHR2 foi de 100 por cento, TGFpR2 e bcl-2, 92,3 p0r cento; c-erb-B2, 76,9 por cento; p53, 23,1por cento e MIB-1, 69,2 por cento. Finalmente, os 8 casos de pior prognóstico (varintes de células altas e de células colunares) mostraram expressão de TSHR2, bcl-2, c-erb-B2, em 100 por cento dos casos, TGFpR2 em 87,5 por cento, p53 em 75 por cento e MIB-1 em 37,5 por cento.

Conclusão:

As neoplasias mostraram-se bem diferenciadas em virtude da elevada expressão de TSHR2, TGFPR2, e baixa de p53. Em todos os grupos, a taxa proliferativa foi ausente ou baixa (< 1,5 por cento), com positividade maior nos tumores de prognóstico intermediário, sendo mais elevada (>1,5 por cento) nos carcinomas de pior prognóstico. Além disso, a positividade para a proteína bcl-2 foi progressivamente maior com a piora do prognóstico.

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