Relata-se a ocorrência de um surto epidêmico de toxinfecçäo alimentar envolvendo queijo Minas Frescal, fabricado artesanalmente no Município de Pará de Minas (MG). Neste surto, 15 indivíduos estiveram expostos à possível fonte de infecçäo (quatro queijos manufaturados com leite cru). A idade dos expostos variou de 10 a 60 anos e a taxa de ataque observada foi de 93,33 por cento. Ressalta-se que um indivíduo que consumiu o mesmo alimento tratado termicamente näo adoeceu. O grupo controle, composto de três pessoas que näo consumiram o alimento, näo apresentou sintomas. O período de incubaçäo médio foi de 17 h com variaçäo de 7 a 26 h. O curso variou de 24 a 192 h com período médio de 107 h. Os principais sintomas relatados foram náusea ou vômito (60 por cento), diarréia (93,83 por cento), febre (73,33 por cento), tremores e dores abdominais (80 por cento) e fraqueza muscular (13,33 por cento). Diarréia aquosa, amarelada e fétida foi relatada em 46,67 por cento dos casos e diarréia escura em 13,33 por cento dos casos. Ausência de febre foi notificada em 26,67 por cento dos casos. Cinco indivíduos (33,3 por cento) procuraram serviço médico e 13,33 por cento dos indivíduos foram internados por períodos de 2 h a 3 dias. O diagnóstico médico foi de gastroenterite. Uma amostra dos queijos suspeitos analisada demonstrou presença de Salmonella sp, de Staphylococcus aureus (4,1 x 10 à sexta potência UFC/g) coagulase +, DNASE +, termonuclease + e coliformes totais e fecais (110.000 NMP/g). Considerando-se os indicadores, período de incubaçäo, sintomas, taxas de ataque, tipo e grau de contaminaçäo do alimento, infere-se que o surto em questäo tenha sido causado principalmente pela associaçäo de infecçäo por Salmonella, coliformes fecais e/ou intoxicaçäo por toxina estafilocócica