Efeito de óxido de zinco no controle da diarréia pós-desmame em leitöes infectados experimentalmente com Escherichia coli
Effects of zinc oxide on postweaning diarrhea control in pigs experimentally infected with E. coli
Arq. bras. med. vet. zootec; 50 (5), 1998
Publication year: 1998
Com o objetivo de avaliar a eficiência de diferentes marcas comerciais de ZnO disponíveis no mercado brasileiro, para o controle de diarréia pós-desmame em suínos, bem como de estudar a sua forma de açäo, foram realizados três experimentos. No experimento 1, foram utilizados 36 leitöes desmamados, divididos em seis tratamentos e alimentados à vontade. Nos tratamentos de 2 a 5 foram suplementados com 2400ppm de Zn proveniente de diferentes marcas comerciais de ZnO, (marcas A,B,C e D). Três dias após o início da suplementaçäo, os suínos desses tratamentos foram inoculados, por via oral, com uma cultura de Escherichia coli enteropatogênica. Os suínos do tratamento 1 também foram inoculados com a mesma cepa de E. coli e näo receberam ZnO suplementar. Os suínos do tratamento 6 näo receberam ZnO suplementar e näo foram inoculados. No experimento 2, repetiram-se os tratamentos 1 e 2 do experimento 1 com objetivo de comprovar a eliminaçäo da E. coli nas fezes. No experimento 3, foram testadas in vitro as concentraçöes mínimas inibitórias das quatro marcas comerciais de ZnO, para a amostra de E. coli usada como inóculo. Os resultados mostraram que o ZnO, na dose de 2400ppm de Zn suplementar, independentemente da marca comercial usada, foi eficiente em prevenir a diarréia por E. coli. Os leitöes que foram inoculados e que näo receberam ZnO suplementar apresentaram diarréia mais severa do que aqueles suplementados com ZnO. A eliminaçäo da E. coli nas fezes ocorreu a partir do segundo dia pós-inoculaçäo, tanto nos leitöes suplementados como naqueles näo suplementados com ZnO, indicando que o ZnO näo inibiu a multiplicaçäo da E. coli no intestino. A eliminaçäo de Zn nas fezes dos leitöes suplementados com ZnO foi cerca de 21 vezes maior do que os animais que receberam dieta basal e a quantidade de Zn no fígado foi 1,5 vezes maior que nos animais-controle. A concentraçäo mínima inibitória das quatro marcas comerciais de ZnO foi igual (256mg/ml). A constante excreçäo da E. coli, associada com alta concentraçäo de Zn nas fezes e baixa ocorrência de diarréia, indica que esse mineral näo inibe a multiplicaçäo da bactéria no intestino e sugere a existência de outros mecanismos de açäo do Zn na prevençäo da diarréia