J. bras. nefrol; 38 (4), 2016
Publication year: 2016
Abstract Introduction:
Women regain fertility a few time after renal transplantation. However, viability of pregnancy and maternal complications are still unclear. Objective:
To describe the outcomes of pregnancies in kidney transplanted patients, focusing on maternal complications. Methods:
Retrospective study of pregnancies in kidney transplanted patients between 2004 and 2014, followed up 12 months after delivery. Each pregnancy was considered an event. Results:
There were 53 pregnancies in 36 patients. Mean age was 28 ± 5years. Pregnancy occurred 4.4 ± 3.0 years post-transplant. Immunosuppression before conception was tacrolimus, azathioprine, and prednisone in 74% of the cases. There were 15% miscarriages in the 1st trimester and 8% in 2nd trimester. In 41% of the cases, it was necessary to induce labor. From all births, 22% were premature and 17% very premature. There were 5% stillbirths and 5% of neonatal deaths. De novo proteinuria occurred in 60%, urinary tract infection in 23%, preeclampsia in 11%, acute rejection in 6%, and graft loss in 2% of the cases. It was observed a significant increase in creatinine at preconception comparing to 3rd trimester and follow-up (1.17 vs. 1.46 vs. 1.59 mg/dL, p < 0.001). Conclusion:
Although the sample is limited, the number of miscarriages was higher than in the general population, with high rates of maternal complications. Sustained increase of creatinine suggests increased risk of graft loss in long-term.
Resumo Introdução:
Após o transplante renal, as mulheres recuperam a fertilidade em pouco tempo. Entretanto, a viabilidade da gestação e as complicações maternas da gravidez ainda são objeto de estudo. Objetivo:
Descrever a evolução da gestação após o transplante renal, com foco principal nas complicações maternas. Métodos:
Estudo retrospectivo de casos de gravidez ocorridos entre 2004 e 2014 em pacientes transplantadas renais, com seguimento de 12 meses após o parto. Cada gravidez foi considerada um evento. Resultados:
Houve 53 gestações em 36 pacientes. A média de idade foi de 28 ± 5 anos. Gravidez ocorreu 4,4 ± 3 anos após o transplante. A imunossupressão preconcepção era composta de tacrolimo, azatioprina e prednisona em 74% dos casos. Houve 15% de aborto no 1º trimestre e 8% no segundo trimestre. Em 41% dos casos, foi necessário induzir o parto. De todos os nascimentos, 22% foram prematuros e 17% muito prematuros. Houve 5% de natimortos e de mortes neonatais. Proteinúria de novo ocorreu em 60%, infecção do trato urinário em 23%, pré-eclâmpsia em 11%, rejeição aguda em 6% e perda do enxerto em 2% dos casos. Foi observada elevação significante da creatinina quando comparados período preconcepção, 3º trimestre e pós-12 meses de seguimento (média de 1,17 vs. 1,46 vs. 1,59 mg/dl; p < 0,001). Conclusão:
Os resultados demonstram taxa de aborto maior que na população em geral, com altas taxas de complicações maternas. Aumento sustentado da creatinina sugere aumento do risco de perda do enxerto em longo prazo.