Assessment of access to primary health care among children and adolescents hospitalized due to avoidable conditions
Avaliação do acesso à atenção primária à saúde entre crianças e adolescentes internados por condições evitáveis

Rev. Assoc. Med. Bras. (1992, Impr.); 62 (6), 2016
Publication year: 2016

Introduction:

Hospitalizations for ambulatory care-sensitive conditions (HACSC) are considered an indicator of the effectiveness of primary health care (PHC). High rates of HACSC represent problems in the access or the quality of health care. In Brazil, HACSC rates are high and there are few studies on the factors associated with it.

Objective:

To evaluate the access to PHC offered to children and adolescents hospitalized due to ACSC and analyze the conditioning factors.

Method:

Cross-sectional study with a quantitative and qualitative approach. Five hundred and one (501) users (guardians/caregivers) and 42 professionals of PHC units were interviewed over one year. Quantitative data were obtained using Primary Care Assessment Tool validated in Brazil (PCATool-Brazil), while qualitative data were collected by semi-structured interview.

The independent variables were:

age, maternal education, family income, type of diagnosis, and model of care offered, and the dependent variables were access and its components (accessibility and use of services).

Results:

Sixty-five percent (65.2%) of hospitalizations were ACSC. From the perspective of both users and professionals, access and its components presented low scores. Age, type of diagnosis, and model of care affected the results.

Conclusion:

The proportion of HACSC was high in this population.

Access to services is inappropriate due to:

barriers to access, appreciation of the emergency services, and attitude towards health needs. Professional attitudes and opinions reinforce inadequate ideas of users reflecting on the pattern of service use.

Resumo Introdução:

internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) é um indicador da efetividade da atenção primária à saúde (APS). Altas taxas de ICSAP representam problemas no acesso e/ou na qualidade da APS oferecida. Verificam-se altas taxas dessas hospitalizações e poucos estudos sobre os fatores associados às ICSAP em nosso meio.

Objetivo:

avaliar o acesso à APS entre crianças e adolescentes com ICSAP e analisar os fatores condicionantes.

Método:

estudo de corte transversal quanti-qualitativo. Foram entrevistados 501 responsáveis por crianças internadas por ICSAP no período de um ano, usuárias de unidades básicas de saúde no município de São Paulo, e 42 profissionais. Os dados quantitativos foram obtidos com o Instrumento de Avaliação da Atenção Primária à Saúde (PCATool-Brasil), e os dados qualitativos, por entrevista semiestruturada.

Variáveis independentes:

idade, escolaridade materna, renda familiar, tipo de diagnóstico e modelo de atenção; variáveis dependentes: o acesso e seus componentes (acessibilidade e utilização de serviços).

Resultados:

sessenta e cinco por cento (65,2%) das hospitalizações foram ICSAP. Tanto os usuários como os profissionais atribuíram baixos escores para o acesso e seus componentes. A idade, o tipo de diagnóstico e o modelo de atenção influenciaram a avaliação dos usuários.

Conclusão:

a proporção de ICSAP foi alta na população estudada.

O acesso aos serviços de APS está inadequado e está relacionado a:

presença de barreiras de acesso, valorização dos serviços de urgência e atitude frente às necessidades de saúde. A postura e as opiniões dos profissionais reforçam os conceitos inadequados dos usuários, refletindo no padrão de utilização dos serviços.

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