Perfil das pacientes do ambulatório de uroginecologia de um hospital público de Porto Alegre com relação à incontinência urinária e à qualidade de vida
Profile of female patients in the urogynecology ambulatory care of a public hospital in southern Brazil regarding urinary incontinence and quality of life

Clin. biomed. res; 36 (3), 2016
Publication year: 2016

Introdução:

A incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina e pode ser classificada de acordo com os sintomas, sendo os tipos mais comuns: IU de esforço (IUE), IU de urgência (IUU) e IU mista (IUM). Ela causa impacto físico e psicológico negativo, piorando a qualidade de vida. A fisioterapia pélvica é importante no tratamento conservador da IU, pois é segura, não invasiva e com mínimos efeitos colaterais.

Objetivos:

Descrever o perfil das mulheres avaliadas pela fisioterapia pélvica no Ambulatório de Uroginecologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) com relação à IU e qualidade de vida.

Métodos:

Estudo descritivo, transversal e retrospectivo, realizado a partir de informações dos prontuários das pacientes avaliadas pela fisioterapia pélvica no Ambulatório de Uroginecologia do HCPA, de agosto de 2013 a dezembro de 2014.

Resultados:

Dos 164 prontuários analisados, a média de idade das pacientes foi de 58,07 anos (±10,98), 55% realizaram parto normal, 51% fizeram episiotomia, todas eram multíparas, 60,4% apresentavam prolapso de órgão pélvico e a IUM foi a mais prevalente, sendo que 71,3% perdiam urina em jato. Quanto à força dos músculos do assoalho pélvico, a maioria apresentava grau 2 (31,1%), seguido de grau 1 (28%) e grau 3 (24,4%), conforme a Escala de Oxford Modificada, e 75,6% acionavam musculatura acessória. O International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIS-SF) mostrou que o impacto da IU foi grave em 62,8%.

Conclusão:

Este estudo permitiu identificar as principais demandas da população feminina com IU, facilitando o delineamento de estratégias de reabilitação eficazes e compatíveis com a prática clínica (AU)

Introduction:

Urinary incontinence (UI) is an involuntary loss of urine and can be classified according to its symptoms.

The most common types are the following:

stress UI (SUI), urge UI (UUI), and mixed UI (MUI). It causes negative physical and psychological impact and consequent deterioration in quality of life. Pelvic physical therapy plays an important role in the conservative treatment of UI, since it is noninvasive, safe, and with minimal side effects.

Objectives:

To describe the profile of female patients evaluated through pelvic physiotherapy at the Urogynecology Ambulatory Care of Porto Alegre Clinical Hospital (HCPA) regarding urinary incontinence and quality of life.

Methods:

A descriptive, cross-sectional, retrospective, documentary study that used information from the medical records of patients evaluated through pelvic physiotherapy at the Urogynecology Ambulatory Care of HCPA, from August 2013 to December 2014.

Results:

Of the 164 medical records analyzed, patients’ average age was 58.07 years (±10.98), 55% of them underwent vaginal delivery, 51% received episiotomy, all were multiparous, 60.4% had pelvic organ prolapse, and 71.3% had urinary leakage in jets. MUI was the most prevalent type of IU. Regarding the strength of pelvic floor muscles, most patients had grade 2 (31.1%), followed by grade 1 (28%) and grade 3 (24.4%), according to the modified Oxford Grading Scale. 75.6% of the patients used some accessory musculature. Quality of life was measured by the International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ-SF), which showed that the impact of UI was severe in 62.8% of the patients.

Conclusion:

The present study identified the main demands of the female population with symptoms of UI, facilitating the design of effective rehabilitation strategies which are compatible with clinical practice (AU)

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