Women users of drugs of abuse during pregnancy: characterization of a series of cases
Mulheres usuárias de drogas de abuso na gravidez: caracterização de uma série de casos
Acta sci., Health sci; 37 (1), 2015
Publication year: 2015
This study characterized the sociodemographic and obstetric profile of women users of drugs of abuse during pregnancy. This is a descriptive and exploratory study, whose approach technique was the document records analysis of toxicological occurrence and medical charts of 32 women referred to a center for information and toxicological assistance of the Paraná State, between 2008 and 2010. The data were subjected to descriptive statistics. Most women had between 15 and 24 years (59.4%), between the first and third gestation, without prenatal care, poorly educated, without paid occupation (93.8%), and were in a common-law marriage (50%). Tobacco was used by 27 women (84.4%), crack by 24 (75%), and alcohol by 23 (71.7%). Besides the habitual use of drugs of abuse, it also stood out as risk factors before the pregnancy: teenage pregnancy, insecure marital status, and low education. As for the risks during the pregnancy, the most important clinical and obstetric problems were associated with addictive behavior. The sociodemographic profile corroborated the literature, but the multiparity, the low adhrence to the prenatal care, the multiuse of drugs, and the high number of complications, have indicated problems of health services to reach these women, resulting in a prolonged stay length, increased use of neonatal beds, and neonatal death.
O objetivo foi caracterizar o perfil sociodemográfico e obstétrico de usuárias de drogas de abuso na gestação. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, cuja técnica de abordagem foi análise documental de fichas de ocorrência toxicológica e prontuários de 32 mulheres notificadas a um centro de informação e assistência toxicológica do Paraná, entre 2008 e 2010. Os dados foram submetidos à estatística descritiva. A maioria encontrava-se entre 15 e 24 anos (59,4%), estava entre a primeira e a terceira gestações, não realizou pré-natal, tinha baixa escolaridade, sem atividade profissional remunerada (93,8%) e convivia em união estável (50%). O tabaco foi utilizado por 27 mulheres (84,4%), o crack, por 24 (75%), e álcool, por 23 (71,7%). Além do uso habitual de drogas de abuso, destacaram-se como fatores de risco anteriores à gestação a gravidez na adolescência, situação conjugal insegura e baixa escolaridade. Quanto aos riscos durante a gestação, destacaram-se problemas clínico-obstétricos associados ao comportamento aditivo. O perfil sociodemográfico corrobora com a literatura, porém a multiparidade, o baixo vínculo à assistência pré-natal, o poliuso de drogas e o alto número de intercorrências indicam que houve dificuldades dos serviços de saúde em acessá-las, resultando em aumento do período de internação, utilização de leitos neonatológicos e óbito neonatal.