Sci. med. (Porto Alegre, Online); 25 (3), 2015
Publication year: 2015
Objetivos:
Comparar a Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG) e a Triagem de Risco para Estado Nutricional e Crescimento (STRONGkids) com a avaliação antropométrica, na admissão hospitalar, e associá-las ao tempo de internação em crianças hospitalizadas.
Métodos:
Estudo transversal com pacientes de 4 a 8,9 anos internados em um hospital pediátrico de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A amostragem foi realizada por conveniência, e a coleta de dados ocorreu entre junho e outubro de 2014. Não foram incluídos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva e aqueles sem condições de alimentação por via oral. Foram coletadas informações gerais e socioeconômicas, e aplicados os questionários de ANSG e STRONGkids na admissão hospitalar. Dados clínicos e antropométricos foram coletados do prontuário eletrônico.
Resultados:
Avaliaram-se 317 pacientes com idade média de 76,1±17,5 meses e, na maioria, com motivo de internação cirúrgico (21,5%). Segundo a avaliação antropométrica, 5% dos pacientes eram desnutridos, 74,1% eram eutróficos e 20,8% apresentavam excesso de peso. Houve associação significativa entre a desnutrição classificada pela avaliação antropométrica e a desnutrição moderada e grave definida pela ANSG
(p<0,001). Também houve associação significativa entre excesso de peso, eutrofia e desnutrição, classificados pela avaliação antropométrica, e risco nutricional baixo, médio e alto, respectivamente (p<0,001). Houve concordância significativa, porém muito fraca, entre a STRONGkids e a avaliação antropométrica (kappa=0,148; p=0,001).
Conclusões:
Todas as avaliações feitas por meio das ferramentas testadas associaram-se (embora em fraca intensidade) com o tempo de internação hospitalar. Além disso, a STRONGkids apresentou maior concordância, embora ainda fraca, com a avaliação antropométrica quando comparada à ANSG. São necessários mais estudos verificando a concordância dessas ferramentas com outros métodos objetivos de avaliação nutricional.
Aims:
To compare the Subjective Global Nutritional Assessment (SGNA) and the Screening Tool for Risk on Nutritional Status and Growth (STRONGkids) protocols with anthropometric measurements at admission, and associate them to length of stay in hospitalized children.
Methods:
Cross-sectional study with patients from four to 8.9 years admitted to a pediatric hospital in Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil. The sample was selected by convenience, and data collection occurred between June and October 2014. Patients in the Intensive Care Unit and those unable to feed orally were not included. We collected general and socioeconomic information and applied STRONGkids and SGNA protocols at admission. Clinical and anthropometric data were retrieved from electronic medical records.
Results:
We evaluated 317 patients with a mean age of 76.1±17.5 months, most of them admitted for surgery (21.5%). According to anthropometric measurements, 5% of patients were malnourished, 74.1% had normal weight and 20.8% were overweight. There was a statistically significant association between malnutrition classified by anthropometric measurements and moderate and severe malnutrition defined by SGNA (p<0.001). There was also a significant association between overweight, normal weight and malnutrition classified by anthropometric measurements and low, medium and high nutritional risk, respectively (p<0.001). There was a statistically significant agreement, although very weak, between STRONGkids and anthropometric measurements (kappa=0.148; p=0.001).
Conclusions:
All protocols were associated (though in low intensity) to length of hospital stay. In addition, STRONGkids showed greater agreement, although still weak, with anthropometric measurements when compared to the SGNA. Further studies are needed to verify the agreement of these protocols with other objective methods of nutritional assessment.