Diagn. tratamento; 22 (1), 2017
Publication year: 2017
Contexto:
Existem poucos parâmetros definidos para recomendação de anestesia pediátrica, embora a mortalidade de crianças submetidas a anestesia seja maior que a de adultos. Objetivo:
Mapear evidências de revisões sistemáticas (RS) Cochrane sobre anestesia em crianças. Métodos:
Revisão narrativa com busca sistematizada. Resultados:
Foram encontradas 14 RS que incluíram poucos ensaios clínicos, com
amostras pequenas e qualidade limitada. Evidências de qualidade baixa ou muito baixa mostram que:
(a) a presença dos pais durante anestesia geral não diminui a ansiedade das crianças; (b) raquianestesia e anestesia geral têm riscos semelhantes de bradicardia e hipóxia após herniorrafia inguinal; (c) propofol, halotano, agonistas alfa-2, opioides e cetamina parecem reduzir o risco de agitação pós-anestésica quando
comparados com sevoflurano; (c) risco de náuseas e vômitos perioperatórios e de distúrbios comportamentais pós-operatórios foram maiores com sevoflurano do que com propofol em cirurgia ambulatorial; (d) bloqueio infraorbitário foi superior à analgesia intravenosa na redução da dor após cirurgia de lábio leporino; (e) bloqueio da fáscia ilíaca foi superior a opioides intravenosos para dor de fratura de fêmur; (f)
jejum pré-operatório por mais de seis horas não reduz acidez e volume gástricos quando comparado com jejum de duas horas; (g) bloqueio neuroaxial e periférico guiados por ultrassom parecem melhorar taxa de sucesso e duração da anestesia; (g) clonidina pré-anestésica parece reduzir dor pós-operatória; (h) cafeína parece reduzir apneia, bradicardia e hipóxia após anestesia geral; (i) bloqueio peridural parece reduzir
analgesia de resgate, náuseas e vômitos após circuncisão quando comparado com analgésicos parenterais. Conclusões:
As RS analisadas mostraram que, em geral, são necessários mais estudos primários bem planejados e conduzidos em anestesia pediátrica.