Resíduos de antimicrobianos em salmão do atlântico (Salmo salar L. 1758): aspectos econômicos, ambientais e sanitários
Antimicrobial residues in Atlantic salmon (Salmo salar L. 1758): economic, environmental and sanitary aspects
Hig. aliment; 31 (264/265), 2017
Publication year: 2017
A aquicultura é um setor da produção
animal que apresenta crescimento
em grande escala e, como em
todo sistema intensivo, nele também
é necessário o uso de medicamentos
veterinários, como os antimicrobianos.
O uso indiscriminado
ou em excesso, porém, pode levar
à ocorrência de inúmeras questões
de caráter sanitário, entre as quais a
possibilidade de seleção de estirpes
bacterianas resistentes ao agente originariamente
utilizado, o qual tem
sua eficácia seriamente reduzida ou
anulada e favorecendo, por essa razão,
uma série de bacterioses que
podem afetar decisivamente a produção
e a produtividade da exploração
aquícola. O uso incorreto dos
antimicrobianos, portanto, põe em
risco tanto a saúde animal quanto
a humana, já que o homem pode se
contaminar por meio de resíduos das
substâncias aplicadas, afetando tanto
sua saúde quanto a do meio ambiente.
Ademais, a economia da produção
estará ameaçada, porquanto toda
a cadeia produtiva estará depreciada
em seu rendimento. O cultivo do
salmão do Atlântico (Salmo salar L,
1758) foi tomado como paradigma
da situação descrita, sendo o Chile
o país produtor referenciado, já que
ocupa o segundo lugar no ranking
mundial dos produtores de salmonídeos,
tendo sua produção exportada
para muitos países e sendo o Brasil
um de seus importadores. Buscou-se
neste trabalho, portanto, balizar os
riscos representados pela utilização
incorreta dessas substâncias na produção
desse salmonídeo, que podem
afetar a produtividade da exploração
e, ao mesmo tempo, tornar o alimento
não tão seguro para o consumidor.
Conclui-se que, embora indispensáveis
para a produção animal, uma
vez que evitam perdas pelo controle
das bacterioses, os antimicrobianos
devem ser administrados de forma
responsável e seguindo um manual
de boas práticas, sob risco de, não
o fazendo, tornar a exploração economicamente
inviável e, sobretudo,
comprometendo a saúde do consumidor
e do meio ambiente. Compete
às autoridades sanitárias, especificamente
ao Serviço de Inspeção Federal,
do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, zelar para
a correta aplicação de tais agentes e,
acima de tudo, controlar os seus resíduos
nos alimentos de origem animal
produzidos.