Rev. bras. med. trab; 15 (1), 2017
Publication year: 2017
Contexto:
A profissão docente é uma atividade com inúmeras particularidades e de expressão e importância inquestionáveis, todavia sua valorização pela sociedade e governo é questionável. Em razão das diversas atribuições do docente universitário sua qualidade de vida pode se depreciar. Objetivo:
A docência é uma atividade profissional de suma importância, porém muito estressante, está exposta a ambientes conflituosos e possui alta exigência de trabalho, podendo afetar a qualidade de vida no trabalho (QVT) e a qualidade de vida (QV) desses profissionais. Os objetivos deste estudo foram avaliar a QVT e a QV dos docentes universitários da área da saúde em uma instituição de ensino superior (IES), verificar a correlação entre a QV e a QVT nos docentes da IES, comparar a QV e a QVT entre os docentes com regimes laborais distintos e também entre os docentes de sexos opostos. Métodos:
Foi realizado um estudo observacional descritivo de corte transversal com 114 professores universitários da área da saúde de uma IES pública. Osinstrumentos utilizados foram o WHOQOL-abreviado, o TQWL-42 e um questionário de dados sociodemográficos. Resultados:
Demonstraram que o escore geral da QVT 3,56±2,01 foi considerado satisfatório e o da QV 14,45±4,34 pode ser classificado como moderadamente satisfatória. Na comparação da QV e da QVT entre professores estatutários e não estatutários não houve diferença estatÃstica. Na comparação entre os sexos, por sua vez, verificou-se que entre professores do sexo masculino estatutários e do sexo feminino não estatutários houve diferenças nos domÃnios psicológicos (p=0,00), no domÃnio referente ao meio ambiente (p=0,01) da QV e em seu valor geral (p=0,03), relacionando-se nas esferas biológicas (p=0,02) e econômicas/polÃticas (p=0,02) da QVT. Ao compararmos professores do sexo masculino não estatutários com o do feminino estatutários, houve diferença no domÃnio fÃsico (p=0,04) da QV, nas esferas psicológicas/comportamental (p=0,01), sociológica/relacional (p=0,00) e ambiental/organizacional (p=0,04) da QVT, e no valor geral da QVT (p=0,02). Na comparação entre professores do sexo masculino estatutários e do feminino também estatutários, não houve nenhuma diferença significativa. Por meio do coeciente de correlação de Pearson evidenciou-se uma correlação positiva significante entre a QV e a QVT, tanto no grupo de professores estatutários (r=0,78 e p=0,00) quanto no de não estatutários (r=0,69 e p=0,00). Conclusão:
Pode-se concluir que os docentes da área de sapude, independentemente do vÃnculo empregatÃcio, possuem uma avaliação satisfatória da sua QVT e moderadamente satisfatória com sua QV.
Background:
Teaching is a profession with countless singularities, and while having undoubtable relevance and significance its appreciation by the government and society at large is questionable. As a function of the many attributions of university professors, their quality of life might be impaired. Aim:
Teaching is a profession of paramount importance, but also highly stressful. Professors are exposed to an environment characterized by conflict and high job demands, which might impair their quality of working life (QWL) and quality of life (QOL). e aims of the present study were to assess the QWL and QOL of university health science professors at a higher education institution, to investigate the possible correlation between QOL and QWL, to compare QOL and QWL among professors with different work arrangements, and to compare QOL and QWL as a function of gender. Methods:
e main aim of the present study was to assess the QWL and QOL of university health science professors. To achieve this goal we conducted a cross-sectional, descriptive and observational study that included 114 university health science professors from a public higher education institution. e instruments used were WHOQOL-bref, TQWL-42 and a demographic questionnaire. Results:
e overall QWL score, 3.56±2.01, was considered to be satisfactory, while the QOL score, 14.45±4.34, might be rated moderately satisfactory. Comparison of QOL and QWL between tenured and non-tenured professors did not evidence statistically significant difference. On comparison per gender, there was difference in the psychological (p=0.00) and environment (p=0.01) domains and total score (p=0.03) of QOL between male tenured and non-tenured female professors, having a relationship with the biological (p=0.02) and economic/political (p=0.02) spheres of QWL. ere was also difference between non-tenured male and tenured female professors relative to the physical domain of QOL (p=0.04), the psychological/behavioral (p=0.01), sociological/relational (p=0.00) and environmental/organizational (p=0.04) spheres of QWL, and QWL total score (p=0.02). Comparison between tenured male and female professors did not evidence any significant difference. Analysis by means of Pearson’s correlation coecient revealed significant positive correlation between QOL and QWL in both the group of tenured (r=0, 78 and p=0.00) and the one of non-tenured (r=0.69 and p=0.00) professors. Conclusion:
One may conclude that independently from the work arrangement, the analyzed health science professors assessed their QWL as satisfactory and their QOL as moderately satisfactory.